China cobra do Japão compromisso com pacifismo e respeito à memória histórica
Chanceler Wang Yi alerta para tentativas de reescrever o passado e pede que Tóquio mantenha política pacifista e cooperação regional
247 - Em coletiva de imprensa após a 10ª Reunião de Ministros das Relações Exteriores da Cooperação Lancang-Mekong nesta sexta-feira (15), o principal diplomata chinês, Wang Yi, fez um apelo contundente para que o Japão preserve sua política pacifista e reconheça integralmente seu passado. A reportagem é da agência Prensa Latina.
Segundo Wang Yi, “aprender com a história é essencial para construir um futuro melhor”. Ele recordou que, em 15 de agosto de 1945, o Japão aceitou o Acordo de Potsdam e anunciou sua rendição incondicional na Segunda Guerra Mundial, após causar “profundas calamidades ao povo chinês e aos países asiáticos, além de afetar seriamente os cidadãos japoneses”.
Documentos internacionais e responsabilidade histórica
O chanceler chinês citou a Declaração do Cairo e a Declaração de Potsdam como marcos jurídicos internacionais que responsabilizam Tóquio pela guerra e determinam a devolução de territórios chineses, incluindo Taiwan, tomados durante a ocupação militar. Para ele, tais documentos representam “conquistas imutáveis da vitória contra o fascismo” e constituem parte essencial da ordem internacional estabelecida no pós-guerra.
Wang Yi alertou que, mesmo após oito décadas, setores japoneses tentam “justificar ou negar a agressão, distorcer a história, alterar livros didáticos e reabilitar criminosos de guerra”. Ele classificou essas ações como “moralmente repreensíveis” e contrárias à Carta das Nações Unidas, além de um desafio à ordem internacional e à memória das vítimas do fascismo.
Apelo à cooperação regional
Diante desse cenário, o ministro chinês pediu que o Japão “tome as decisões corretas, não esqueça os fatos históricos e evite se desviar novamente do caminho da política pacifista e da cooperação regional”.
O ano de 2025 marca o 80º aniversário da vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e na Guerra Mundial Antifascista, que será celebrada em 3 de setembro com um grande desfile militar em Pequim. Dados oficiais apontam que a China sofreu mais de 35 milhões de baixas na guerra, o equivalente a um terço de todas as mortes registradas globalmente no conflito.