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China classifica como legítima defesa as medidas contra taxas portuárias impostas pelos Estados Unidos

Ministério do Comércio chinês afirma que resposta às tarifas norte-americanas busca proteger a concorrência justa no setor marítimo internacional

As bandeiras dos EUA e da China são vistas nesta ilustração (Foto: REUTERS/Dado Ruvic)

247 – De acordo com a agência Xinhua, o Ministério do Comércio da China classificou como uma “defesa legítima” as medidas adotadas em resposta à decisão dos Estados Unidos, cujo governo, liderado pelo presidente Donald Trump, impôs novas taxas portuárias adicionais sobre navios chineses.

A pasta afirmou que as medidas têm como objetivo “manter um ambiente de concorrência justa nos mercados internacionais de transporte e construção naval”. Em comunicado divulgado nesta sexta-feira (10), um porta-voz do ministério criticou fortemente a decisão de Washington, chamando-a de “ação unilateral típica e de natureza discriminatória”, que “fere gravemente os interesses das empresas chinesas”.

Pequim impõe tarifas equivalentes a navios norte-americanos

Como resposta direta, as autoridades chinesas anunciaram que passarão a cobrar taxas portuárias especiais sobre navios com afiliação aos Estados Unidos. As novas regras incluem embarcações que utilizem bandeira norte-americana, que tenham sido construídas nos Estados Unidos ou que sejam de propriedade, controle ou operação de empresas dos EUA.

De acordo com o comunicado oficial, as contramedidas entrarão em vigor no dia 14 de outubro, simultaneamente à implementação das tarifas impostas por Washington contra navios chineses. A medida segue as normas marítimas internacionais sob as quais a China atua e, segundo o ministério, visa “salvaguardar os interesses das indústrias domésticas diante de práticas comerciais injustas”.

Pequim pede diálogo e cooperação

O porta-voz do Ministério do Comércio instou o governo norte-americano a “corrigir seus erros” e a “trabalhar com a China para encontrar uma solução baseada em consultas e cooperação em pé de igualdade”.

A declaração reforça a postura de Pequim de tentar equilibrar a defesa de seus interesses estratégicos com a manutenção de um diálogo diplomático estável com Washington — relação que tem sido marcada, nos últimos anos, por disputas comerciais, tecnológicas e geopolíticas.

A decisão ocorre em um momento de crescente tensão entre as duas maiores economias do mundo, que disputam influência global em setores estratégicos como energia, transporte marítimo, semicondutores e defesa.

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