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Chefe da AIEA confirma contaminação química e radiológica após bombardeio israelense em Natanz

Rafael Grossi confirma dano a centrífugas e fala em “contaminação radiológica e química” na instalação iraniana de enriquecimento nuclear

REUTERS/Leonhard Foeger (Foto: REUTERS/Leonhard Foeger)
Luis Mauro Filho avatar
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247 - O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, alertou o Conselho de Segurança da ONU, na sexta-feira (13), sobre os riscos de contaminação após o recente ataque israelense à instalação nuclear de Natanz, no Irã. As informações são da emissora libanesa Al Mayadeen.

Segundo Grossi, a ofensiva pode ter comprometido o funcionamento das centrífugas utilizadas no processo de enriquecimento de urânio. No entanto, ele ressaltou que não há indícios de que os setores subterrâneos do complexo, onde se concentram as principais operações, tenham sido atingidos diretamente. 

Apesar disso, o dirigente da AIEA reconheceu a presença de substâncias perigosas no local. “Há contaminação radiológica e química dentro das instalações em Natanz, mas essa contaminação é administrável com ‘medidas apropriadas’”, afirmou.

Grossi também revelou que o governo iraniano está informando sobre ataques semelhantes a outras estruturas nucleares estratégicas, como a planta de enriquecimento de combustível de Fordow e a instalação em Isfahan. “Neste momento, as autoridades iranianas estão nos informando sobre ataques a outras duas instalações, nomeadamente a planta de enriquecimento de combustível de Fordow e em Isfahan”, disse. “No momento, não temos informações suficientes além de indicativos de que houve atividade militar ao redor dessas instalações também.”

A menção explícita a operações militares em torno de centros nucleares sensíveis reacende a preocupação internacional sobre a escalada do conflito no Oriente Médio e os riscos à segurança nuclear global. A postura da AIEA tem sido de cautela diante da crescente tensão entre Israel e Irã, que compromete os mecanismos de inspeção e controle do programa nuclear iraniano.

A visita de Grossi ao Conselho de Segurança da ONU também ocorre num momento de críticas crescentes à seletividade com que determinadas potências militares conduzem ações unilaterais contra infraestruturas civis e estratégicas em outros países, frequentemente à revelia dos padrões do direito internacional. 

Embora o chefe da AIEA tenha evitado atribuir responsabilidade política direta, a menção aos ataques israelenses confirma a gravidade da situação e reforça a urgência de esforços diplomáticos para evitar novos episódios de agressão a instalações nucleares.

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