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Ativista brasileiro detido por Israel destaca avanços da Flotilha Global Sumud

Miguel de Castro fala sobre ações da flotilha e a esperança que levou à Faixa de Gaza

Miguel de Castro (Foto: Reprodução/X/@rtnoticias_br)

247 - Miguel de Castro, ativista brasileiro integrante da Flotilha Global Sumud, foi detido pelas forças israelenses enquanto navegava em águas internacionais. Em entrevista à RT, transmitida diretamente de um aeroporto na Jordânia, ele compartilhou detalhes sobre os avanços alcançados por seu grupo humanitário e a dura experiência vivida após sua prisão em Israel. O ativista revelou os principais feitos de sua missão, cujo objetivo era levar suprimentos à Faixa de Gaza, região bloqueada pelas forças israelenses.

De acordo com Miguel, dois momentos marcaram a ação da flotilha. O primeiro, para ele, foi a possibilidade inédita de pescadores palestinos voltarem ao mar após dois anos de bloqueio. "A notícia de que, pela primeira vez em dois anos, as pessoas de Gaza puderam pescar foi um grande avanço. Como a polícia fez uma megaoperação e usou todos os seus meios para bloquear os nossos barcos, os palestinos puderam sair para pescar e comer o que pescavam. Isso foi maravilhoso para nós", explicou.

O segundo avanço significativo, conforme relatado por Miguel, foi a interação com uma jovem palestina durante a missão. Ele detalhou o encontro com uma jovem desesperançada, que afirmou estar buscando uma maneira de tirar a própria vida, tamanha a perda de fé na humanidade. "Ela disse que tinha perdido tanto a fé na humanidade e no futuro que não conseguia se imaginar continuando a viver. Mas, quando viu pessoas de todo o mundo, não palestinas, se unindo para essa ação, tentando pressionar os governos e a opinião pública para ajudar o povo dela, ela passou a ter esperança. Ela voltou a acreditar que vale a pena viver e lutar", contou Miguel, visivelmente emocionado com a lembrança.

O ativista acredita que a repercussão internacional da flotilha gerou uma pressão considerável contra o Estado de Israel. Dados da ONG Save the Children, citados por Miguel, apontam que, desde outubro de 2023, aproximadamente 20 mil crianças morreram na Faixa de Gaza, representando 2% da população infantil local. Além disso, mais de 42 mil crianças ficaram feridas, e aproximadamente 21 mil sofreram incapacidades permanentes, segundo informações do Ministério da Saúde do enclave.

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