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AIEA alega ter perdido rastreamento de estoque iraniano de urânio enriquecido

Bombardeios israelenses impedem inspeções e fazem agência nuclear da ONU alegar incerteza sobre localização de material sensível

A bandeira iraniana tremula do lado de fora da sede da AIEA após o primeiro dia da reunião trimestral do Conselho de Governadores da agência, na sede da AIEA em Viena, Áustria, em 9 de junho de 2025 (Foto: REUTERS/Lisa Leutner)
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247 - A localização do estoque de urânio altamente enriquecido do Irã — material que teoricamente se aproxima do grau necessário para produção de armamento nuclear — é atualmente desconhecida, alega a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). 

A informação foi confirmada pelo diretor-geral da entidade, Rafael Mariano Grossi, em entrevista à Bloomberg Television nesta quarta-feira (18). A matéria foi originalmente publicada pela agência de notícias Bloomberg.

De acordo com a AIEA, cerca de 409 quilos do elemento enriquecido a níveis próximos do necessário para uma suposta bomba estão, ou deveriam estar, sob lacre da própria agência numa instalação subterrânea em Isfahan, no centro do Irã. Contudo, os intensos bombardeios conduzidos por Israel nas últimas semanas inviabilizaram o trabalho de fiscalização e tornaram incerta a real localização do material.

“Não tenho tanta certeza”, disse Grossi, ao ser questionado sobre a permanência do estoque em seu local original. “Em tempo de guerra, todos os locais nucleares estão fechados. Nenhuma inspeção, nenhuma atividade normal pode ocorrer.”

Interrupção nas inspeções e riscos de "movimentação clandestina"

Segundo Grossi, as inspeções presenciais — que ocorriam mais de uma vez por dia antes dos ataques israelenses — foram suspensas pelos início dos bombardeios israelenses e não há informação oficial sobre eventuais medidas de segurança adicionais que o Irã teria adotado para proteger o estoque. “Não fomos informados de nada em detalhes. Não sabemos que medidas protetivas adicionais poderiam ser essas”, afirmou.

A AIEA continua acompanhando os locais por imagens de satélite e, até o momento, não identificou qualquer indício de que o material tenha sido removido. Caso isso ocorra sem notificação, representaria uma grave violação do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, do qual o Irã é signatário. “O Irã está ciente de que esse estoque precisa permanecer sob supervisão contínua da AIEA”, reforçou o diretor.

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