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África do Sul nomeia enviado especial aos EUA em meio a ataques do governo Trump

Presidente Ramaphosa nomeia Mcebisi Jonas como enviado especial para tentar reverter crise diplomática​ promovida por Washington

O ex-vice-ministro das Finanças Mcebisi Jonas em Joanesburgo, África do Sul
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247 - As relações entre a África do Sul e os Estados Unidos enfrentam um período de intensa turbulência diplomática. Em resposta à expulsão do embaixador sul-africano Ebrahim Rasool por Washington, o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa nomeou nesta segunda-feira (14) o ex-vice-ministro das Finanças, Mcebisi Jonas, como enviado especial aos EUA. A informação foi divulgada pela Associated Press.​

A nomeação de Jonas ocorre em meio a uma série de medidas controversas adotadas pela administração Trump, que incluem acusações de que o governo sul-africano estaria promovendo políticas "anti-brancas".

Em fevereiro, Trump assinou uma ordem executiva cortando o financiamento norte-americano à África do Sul, alegando que o país estaria adotando políticas contrárias aos interesses dos EUA. Além disso, criticou a ação movida por Pretória na Corte Internacional de Justiça acusando Israel de genocídio contra palestinos em Gaza. ​

A crise se agravou em março, quando o secretário de Estado Marco Rubio declarou o embaixador Ebrahim Rasool "persona non grata" após este participar de um seminário virtual no qual analisou o movimento "Make America Great Again" como uma reação a mudanças demográficas nos EUA. Rubio acusou Rasool de ser um "político provocador racial que odeia a América e o presidente Trump". Rasool retornou à África do Sul sob aplausos de apoiadores e afirmou que usaria a sanção como um "distintivo de dignidade". ​

Em meio às críticas de Trump, que acusou o governo sul-africano de permitir a "expropriação de terras de fazendeiros brancos" e de ser "conivente com assassinatos raciais" — alegações negadas por Pretória. A África do Sul aprovou uma nova lei de expropriação de terras sem compensação, válida apenas em casos de interesse público. Até o momento, nenhuma propriedade foi confiscada sob essa legislação. ​

A tensão também se estende ao cenário internacional. Trump afirmou que os EUA não desejam participar da cúpula do G20 prevista para novembro em Joanesburgo, criticando a presidência rotativa sul-africana do grupo. Em uma publicação na rede Truth Social, escreveu: "É aqui que queremos estar para o G20? Eu acho que não!". ​

Até o momento, a África do Sul não indicou um novo embaixador para os EUA. O governo sul-africano reiterou seu compromisso em manter uma relação "mutuamente benéfica" com os Estados Unidos, apesar das recentes divergências. ​

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