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Globo defende, em editorial, chacina que matou 121 pessoas no Rio de Janeiro

Subtítulo: Editorial do jornal questiona a reação pública e legitima ação violenta em Brasília

Corpos de mortos pela polícia em chacina no Rio de Janeiro - 29 de outubro de 2025 (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes)

247 – Em editorial publicado nesta quinta-feira, após a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, o jornal O Globo defendeu a ação das polícias Militar e Civil, que resultou em 121 mortos, entre eles quatro policiais e quatro civis. O texto classificou a ofensiva como necessária diante da “resistência incomum” dos traficantes e destacou o “risco enorme” assumido pelos agentes ao entrarem no que chamou de “quartel-general do Comando Vermelho”.

O jornal considerou “revelador” o número de vítimas, mas argumentou que a operação “foi resultado de planejamento para tentar preservar os moradores”, sustentando que os confrontos mais intensos ocorreram “nas matas, onde os criminosos foram encurralados”.

Defesa das forças policiais

O Globo deu voz ao secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, que descreveu o cenário como “de guerra”. Para o editorial, a declaração não deve ser desprezada, já que as polícias enfrentariam “uma guerra irregular, assimétrica, uma questão de defesa e de soberania nacional”.

O jornal também defendeu que não haja trégua no combate ao crime organizado, reforçando que as restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal na ADPF das Favelas haviam “engessado o trabalho da polícia” e elogiou a decisão recente da Corte que reduziu essas limitações.

Crítica ao Supremo Tribunal Federal

O texto classificou como “exagero” o pedido do ministro Alexandre de Moraes por mais informações sobre a operação, argumentando que “cabe aos estados desenvolver suas políticas de segurança”. Citando o jurista Gustavo Binenbojm, o editorial afirmou que o STF “não tem capacidade institucional para lidar com problemas técnicos e multifatoriais” da segurança pública, devendo limitar-se à “supervisão e monitoramento” das polícias.

Por fim, o jornal criticou a falta de integração entre as forças estaduais e federais, lamentando a “troca de acusações entre Rio e Brasília” e defendendo a criação de um “escritório conjunto” para ampliar a cooperação. O texto conclui que “presidente, ministros, governador e Judiciário devem transmitir um recado inequívoco de união e ação conjunta capaz de extirpar do Brasil a chaga do crime organizado”.

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