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Europa deve se unir à China para preservar a correta perspectiva histórica sobre a Segunda Guerra Mundial, diz Global Times

Editorial chinês critica declarações de Kaja Kallas e defende papel de Pequim na vitória contra o fascismo

Kaja Kallas, chefe de política externa da União Europeia (Foto: REUTERS/Hamad I Mohammed)

247 – O jornal Global Times publicou um editorial nesta semana em resposta às declarações de Kaja Kallas, Alta Representante da União Europeia para Relações Exteriores e Política de Segurança. Segundo o veículo chinês, Kallas distorceu a história ao afirmar que a China estaria alinhada a Rússia, Irã e Coreia do Norte nas comemorações de 3 de setembro, que marcaram os 80 anos da vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a agressão japonesa e da Guerra Mundial Antifascista. A reportagem completa pode ser acessada aqui.

Kallas declarou que a presença da China ao lado da Rússia representaria “não apenas uma ótica anti-Ocidente, mas também um desafio direto ao sistema internacional baseado em regras”. A diplomata também questionou a contribuição de China e Rússia na derrota do fascismo, provocando forte reação do editorial chinês, que classificou suas falas como “afirmações desprovidas de bom senso histórico e cheias de preconceito ideológico”.

A memória da Segunda Guerra e o papel da China

O texto lembra que a Europa, onde a guerra foi desencadeada, deveria ter uma compreensão mais profunda das lições históricas. O editorial critica políticos que, segundo ele, “abertamente distorcem a história, incitam confronto e antagonismo”.

O jornal destacou que a China fez enormes sacrifícios nacionais e desempenhou papel central na defesa da paz mundial. Também recordou que recebeu apoio de aliados, incluindo a então União Soviética, os Estados Unidos e países europeus. Hoje, diz o texto, as cerimônias realizadas por Pequim estão em consonância com iniciativas semelhantes na Europa, como o Dia da Vitória em maio, em que países europeus também homenagearam os mortos da guerra e reafirmaram compromissos com a paz e a cooperação multilateral.

Apoio internacional às comemorações em Pequim

O editorial ressalta a participação internacional significativa nas celebrações, com 26 chefes de Estado e de governo, mais de 20 representantes de alto nível e cerca de 100 diplomatas de diferentes continentes, incluindo 19 países europeus.

O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, elogiou o desfile militar em Pequim como “um evento global” e afirmou que “a China tem a vontade de desempenhar um papel decisivo na construção da nova ordem pacífica mundial”. Segundo ele, “se alguém esteve isolado hoje, foram [alguns políticos da] União Europeia”.

Para o editorial, tais declarações refletem o reconhecimento internacional da contribuição chinesa para a vitória antifascista e reforçam o consenso em torno da defesa da paz global.

União histórica entre Europa e China

O texto também recupera episódios da cooperação entre europeus e chineses durante a guerra, como a presença de oficiais navais chineses em batalhas decisivas no Atlântico, o envio de tropas chinesas a Mianmar a pedido da Grã-Bretanha e os atos de solidariedade de cidadãos europeus como o alemão John Rabe e o médico francês Jean Jérome Augustin Bussiere, que arriscaram suas vidas para salvar civis chineses.

Segundo o editorial, “a amizade forjada com sangue entre os povos chinês e europeu no campo de batalha antifascista resistiu ao teste do tempo” e deveria servir de base para cooperação renovada.

Defesa da perspectiva histórica correta

Por fim, o Global Times sustenta que uma visão correta sobre a Segunda Guerra é essencial para a manutenção da paz mundial no pós-guerra. A China, afirma o editorial, vem promovendo iniciativas globais que reforçam esse compromisso, buscando uma ordem internacional mais democrática, justa e equilibrada.

O texto conclui que China e Europa, como forças que já lutaram lado a lado, devem “se colocar firmemente do lado certo da história, defender os frutos da vitória e assumir suas responsabilidades pelo futuro”.

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