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São Paulo confirma morte de Tainara Souza, atropelada e arrastada na Marginal Tietê

Jovem de 31 anos passou por cirurgias, amputações e ficou 25 dias internada; ex-companheiro está preso e o caso é investigado como tentativa de feminicídio

Tainara Souza (Foto: Reprodução redes sociais)

247 – A jovem Tainara Souza, de 31 anos, morreu na noite desta quarta-feira (24), véspera de Natal, após permanecer 25 dias internada em razão de um ataque brutal ocorrido na Marginal Tietê, uma das principais vias expressas de São Paulo. A informação foi confirmada por familiares e pela advogada da vítima, de acordo com reportagem publicada por O Globo, com confirmação ao g1.

Tainara foi atropelada e arrastada por mais de 1 quilômetro no dia 29 de novembro, na Zona Norte da capital paulista. Ela estava hospitalizada no Hospital das Clínicas (HC) e, desde o episódio, enfrentou uma sequência de procedimentos médicos de extrema complexidade. A vítima havia passado por traqueostomia, cirurgia plástica de reconstrução e duas amputações das pernas — uma no sábado anterior à morte e outra na segunda-feira.

Segundo o relato da família, os parentes foram chamados pela equipe médica na hora do almoço para se despedirem de Tainara. Ela morreu por volta das 19h. Até o momento, não havia informações sobre o horário e o local do velório e do enterro.

A jovem deixa dois filhos: um menino de 12 anos e uma menina de 7.

Internação longa e procedimentos dolorosos após o ataque

Depois do atropelamento, Tainara foi encaminhada inicialmente ao Hospital Municipal Vereador José Storopolli. Em seguida, devido à gravidade do quadro, foi transferida ao Hospital das Clínicas, onde permaneceu até a morte.

A sequência de cirurgias e amputações reforça a dimensão da violência do ataque, que provocou lesões graves e irreversíveis. A morte da vítima também reacende o debate sobre a escalada da violência contra mulheres e a necessidade de resposta rápida e efetiva das instituições diante de sinais de risco.

Ex-companheiro foi identificado e preso; caso é investigado como tentativa de feminicídio

De acordo com as informações divulgadas, o motorista que atropelou a vítima e fugiu do local é um homem com quem Tainara havia mantido um relacionamento. O suspeito foi identificado pela Polícia Civil e está preso.

Durante a abordagem, segundo o relato oficial, ele teria tentado retirar a arma de agentes policiais, que reagiram e o atingiram no braço.

O caso foi registrado no 73º Distrito Policial (Jaçanã) e é investigado como tentativa de feminicídio. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) afirmou que policiais militares e civis estiveram no local após o atropelamento e que a apuração aponta para ação dolosa, ou seja, intencional.

“Mais uma tentativa de feminicídio”, diz advogado

A indignação da família e dos representantes legais ganhou repercussão pública. Um dos advogados de Tainara, Fabio Costa, escreveu em uma rede social:

"Mais uma tentativa de feminicídio. Vamos em busca de justiça"

A frase sintetiza o entendimento da defesa sobre a gravidade do crime e a expectativa de responsabilização do agressor.

Discussão em bar teria precedido o ataque, segundo apuração

Segundo informações atribuídas à TV Globo, a investigação aponta que o suspeito teria discutido com Tainara após vê-la acompanhada de outro homem em um bar. Em seguida, ele teria entrado no carro e atropelado a ex-companheira.

Imagens que circularam nas redes sociais mostram a vítima caída, presa sob o carro, enquanto o veículo ainda se deslocava pela via — registros que aumentaram a comoção em torno do caso e evidenciaram a brutalidade da agressão.

Família pede justiça e caso provoca comoção em São Paulo

A morte de Tainara encerra uma luta médica marcada por intervenções agressivas e sofrimento prolongado, mas abre um novo capítulo na busca por justiça, conduzida pela família e pelos advogados da vítima.

O crime, classificado como tentativa de feminicídio, reforça o alerta sobre o risco extremo que muitas mulheres enfrentam após o término de relações e expõe a urgência de políticas públicas efetivas de proteção, prevenção e responsabilização de agressores.

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