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Criador das 'cidades-esponja': quem é o arquiteto chinês referência mundial que morreu após queda de avião no Pantanal

A queda ocorreu na noite de terça-feira (23), em uma área rural de Aquidauana. Não houve sobreviventes

Queda de avião no Pantanal (Foto: Reprodução)

247 - O renomado arquiteto e paisagista chinês Kongjian Yu, referência mundial em projetos urbanos sustentáveis e criador do conceito de “cidades-esponjas”, morreu em um acidente aéreo no Pantanal de Mato Grosso do Sul. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (24) pelo g1, que apurou que a queda ocorreu na noite de terça-feira (23), em uma área rural de Aquidauana. Não houve sobreviventes.

Yu, de 61 anos, viajava em um avião de pequeno porte que transportava outras três pessoas: o piloto e proprietário da aeronave, Marcelo Pereira de Barros, o cineasta Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e o diretor de cinema Rubens Crispim Jr.. Segundo amigos de Ferraz, o grupo trabalhava na gravação de um documentário sobre o conceito de cidades-esponjas, metodologia que tornou Yu conhecido em todo o mundo.

De acordo com a delegada Ana Cláudia Medina, do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), a aeronave, modelo Cessna prefixo PT-BAN, explodiu após atingir o solo e os corpos foram encontrados carbonizados. “As causas da queda ainda são desconhecidas e serão investigadas”, informou a delegada. Equipes do Dracco e do Corpo de Bombeiros atuam na remoção dos corpos e na perícia do local.

Nascido em 1963, na vila de Dongyu, província de Zhejiang, na China, Kongjian Yu cresceu em uma família de agricultores e construiu uma carreira de impacto global. Graduado pela Universidade Florestal de Beijing e doutor pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos, ele era professor da Universidade de Pequim e dirigia o escritório Turenscape, fundado em 1998 e considerado um dos maiores do mundo em arquitetura paisagística.

Consultor do governo chinês, Yu projetou obras em mais de 70 cidades que hoje conseguem absorver volumes de chuva superiores aos registrados nas enchentes históricas do Rio Grande do Sul. Em entrevista à revista Fapesp, ele explicou que suas ideias se baseiam em “soluções baseadas na natureza” para lidar com enchentes urbanas, adotando métodos que permitem absorver, limpar e reaproveitar águas fluviais e pluviais, em vez de simplesmente canalizá-las para fora das áreas urbanas.

Conhecido por unir inovação, ciência e preservação ambiental, Kongjian Yu deixa um legado que influencia arquitetos, urbanistas e governantes em todo o planeta. A morte do arquiteto representa uma perda irreparável para o debate sobre cidades sustentáveis em um mundo cada vez mais desafiado pelas mudanças climáticas.

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