Com 100% de Bolsa Atleta, Brasil é campeão de atletismo paralímpico pela primeira vez
Delegação brasileira conquista 44 medalhas no Mundial de Nova Déli e supera a China, consolidando o país como nova potência do atletismo paralímpico
247 – O Brasil fez história no Mundial de Atletismo Paralímpico, realizado em Nova Déli, na Índia. Pela primeira vez, o país conquistou o título de campeão geral da competição, superando a tradicional potência chinesa. Com 50 esportistas na delegação — todos patrocinados pelo programa Bolsa Atleta do Governo do Brasil — a equipe encerrou o torneio com 15 ouros, 20 pratas e nove bronzes, totalizando 44 medalhas. As informações são da Agência Gov (leia na íntegra aqui).
A delegação brasileira desbancou a China, que terminou com 13 ouros, encerrando um longo domínio asiático na modalidade. O feito é ainda mais expressivo porque o Brasil já vinha batendo na trave — foi vice-campeão nas últimas três edições, em Kobe 2024, Paris 2023 e Dubai 2019.
Com a conquista inédita, o país soma agora 348 medalhas na história dos mundiais paralímpicos, sendo 122 de ouro, 110 de prata e 116 de bronze.
“Quebramos o recorde de número de medalhas de ouro e o número total de medalhas dos Jogos Paralímpicos de Paris. Esse primeiro ano do ciclo para Los Angeles mostra que o Brasil vem muito forte”, afirmou Yohansson Nascimento, vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e chefe da missão na Índia.
Descentralização e novos talentos
Dos 50 atletas brasileiros, 18 estados estiveram representados, o que demonstra o alcance nacional do esporte paralímpico. Yohansson destacou que o desempenho é resultado de investimentos descentralizados e contínuos.
“É um trabalho que o CPB vem desenvolvendo desde a iniciação ao alto rendimento, com festivais paralímpicos em 120 cidades, atendendo mais de 40 mil crianças só neste ano. O Brasil sai do eixo do Sudeste e espalha o programa por todo o país”, afirmou.
O CPB tem o patrocínio da Caixa e Loterias Caixa, e conta com o Centro de Treinamento Paralímpico — construído a partir de investimentos federais e considerado um legado dos Jogos Rio 2016.
Protagonismo e emoção no pódio
A delegação brasileira subiu ao pódio em todos os dias da competição, liderando o quadro geral desde o início. O último dia, em 5 de outubro, foi decisivo: seis pódios — três ouros, uma prata e dois bronzes — consolidaram o título.
Entre os destaques, a acreana Jerusa Geber brilhou ao conquistar o ouro nos 200m T11, tornando-se a atleta brasileira com mais medalhas na história dos mundiais paralímpicos, com 13 pódios.
“Estou muito feliz. Dois objetivos concluídos com sucesso: o tetra nos 100m e sair daqui como a atleta com maior número de medalhas em mundiais. Quero o penta, o hexa, quero tudo”, comemorou Jerusa.
Outro nome histórico foi o paraibano Petrúcio Ferreira, pentacampeão mundial nos 100m T47. Com o tempo de 10s66, ele manteve uma invencibilidade que já dura 12 anos.
“O quinto título foi mais difícil que o primeiro. Estou há 12 anos invicto nessa prova. Isso não é só parte física, é psicológica também”, disse o velocista, conhecido como o atleta paralímpico mais rápido do mundo.
A veterana Beth Gomes, por sua vez, conquistou o tetracampeonato mundial no lançamento de disco F53, com 17,35m. “É um campeonato que vai ficar marcado na minha vida. Só tenho gratidão por todos que estão à minha volta, aos treinadores e à minha equipe multidisciplinar”, afirmou.
Bolsa Atleta e o futuro rumo a Los Angeles 2028
O sucesso brasileiro é fruto direto da política pública de incentivo ao esporte. Atualmente, o programa Bolsa Atleta financia 1.002 esportistas do atletismo paralímpico em diferentes níveis — estudantil, nacional, paralímpico e pódio.
A combinação entre investimento público, infraestrutura de excelência e captação de novos talentos faz do Brasil uma potência em ascensão no cenário esportivo mundial.
O Mundial de Nova Déli simboliza mais do que uma conquista esportiva: representa o reconhecimento internacional de um modelo de inclusão e excelência que coloca o Brasil entre as maiores potências paralímpicas do planeta.