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“Trump administra a decadência do Império”, diz Genoino

Para o ex-presidente do PT, guerra tarifária revela crise do sistema e necessidade de fortalecer alianças com o Sul Global

(Foto: REUTERS/Nathan Howard | ABR)
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247 - Em sua análise sobre a política externa dos Estados Unidos durante o programa Bom Dia 247, o ex-presidente do PT José Genoino afirmou que o presidente Donald Trump, está à frente de um processo de declínio do poder global norte-americano. “Trump administra a decadência do império”, declarou Genoino, destacando o impacto da guerra tarifária com a China e os efeitos da crise geopolítica mundial.

“Trump é uma figura patética que não tem limite para suas declarações. Ele tentou aplicar tarifas para se impor como o policial do mundo, mas teve que recuar”, afirmou. Para Genoino, a China reagiu com força e “não se dobrou”, o que marca um reposicionamento no equilíbrio de poder internacional.

Na visão do ex-deputado, o tarifaço promovido por Trump ocorre em um contexto de crise multidimensional. “Vivemos a crise da transição energética, climática, social, das migrações, da geopolítica. Desde a pandemia, essa crise se aprofundou, e o tarifaço vem quando o sistema já dava sinais claros de esgotamento.”

Genoino defende que, diante desse cenário, a América Latina deve reforçar sua articulação regional. Ele vê na Celac e nos BRICS caminhos concretos para uma reorganização baseada em interesses mútuos e não em imposições externas. “A nota assinada por 30 dos 33 países da Celac foi um avanço. Mostra unidade e resistência frente ao imperialismo americano”, avaliou.

Sobre as declarações de autoridades dos EUA que se referem à América Latina como “quintal” do país, Genoino foi categórico: “Essa direita fascista não tem limite, não tem liturgia. Eles escancaram tudo. O que eles querem é que a barbárie econômica, social e militar seja normalizada.”

O ex-presidente do PT avaliou que a resposta dos governos progressistas precisa ser mais firme. “A diplomacia do Lula 3 teve ambiguidade em relação à Venezuela, à integração regional e aos BRICS. Precisamos de uma postura mais decidida.”

Segundo Genoino, o enfrentamento ao imperialismo passa por alianças estratégicas. “Temos que preservar nossos interesses e construir uma aliança geopolítica com a China. O império está em decadência e, como ele não morre de morte morrida, tem que ser enfrentado.”

Ao concluir, ele apontou que a crise atual não é conjuntural, mas estrutural: “Estamos vivendo uma crise do sistema imperialista. O império quer resolver seus problemas internos aprofundando a exploração global. Precisamos estar preparados para momentos de alta tensão e muita disputa.” Assista: 

 

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