Luizianne Lins: “A flotilha mobilizou o mundo contra o genocídio”
Deputada destaca a importância da flotilha internacional para o reconhecimento do genocídio palestino e a pressão mundial pela paz em Gaza
247 - Em uma entrevista recente ao programa Bom Dia 247, a deputada Luizianne Lins (PT) compartilhou detalhes sobre sua participação na flotilha internacional que tentou romper o cerco imposto a Gaza, destacando como esse movimento, ao lado de outras manifestações globais, desempenhou um papel crucial na mobilização mundial contra o genocídio palestino. Para a parlamentar, a flotilha não foi apenas um ato de solidariedade, mas um movimento global que colocou os olhos do mundo sobre a situação em Gaza e pressionou pela discussão de um cessar-fogo.
“A flotilha mobilizou o mundo contra o genocídio. Com 50 embarcações de 44 países, conseguimos colocar o problema de Gaza no centro da atenção internacional”, afirmou Luizianne. A deputada relembrou como, a partir de 31 de agosto, diversos pontos de embarque na Europa, incluindo Barcelona, Tunísia e Sicília, começaram a enviar embarcações rumo a Gaza, uma ação inédita em sua escala e impacto. “A mobilização foi tão forte que até trabalhadores portuários na Itália ameaçaram parar os portos caso algo acontecesse com a flotilha. A pressão foi enorme”, contou.
Ela ressaltou ainda o papel da tecnologia na visibilidade da missão. Em barcos equipados com câmeras e sistemas de comunicação via satélite, foi possível transmitir ao vivo as imagens da interceptação pelos militares israelenses, garantindo que o mundo testemunhasse as agressões às embarcações e seus passageiros. “As imagens rodaram o mundo. Isso foi fundamental para pressionar pela discussão internacional sobre o genocídio em Gaza", destacou a deputada.
Luizianne também abordou a dimensão política da missão, especialmente no contexto da globalização e da interatividade proporcionada pelas novas tecnologias. "A conectividade e a velocidade das imagens permitiram uma mobilização em tempo real, colocando o mundo em sintonia com o que estava acontecendo em Gaza", declarou. Para ela, a resposta global ao movimento da flotilha é uma evidência de que, mesmo em um cenário de bloqueios e restrições, a luta pela autodeterminação palestina e pelo fim do genocídio pode alcançar uma visibilidade inédita.
O movimento da flotilha, segundo Luizianne, tem raízes históricas em uma série de ações internacionais desde 2007, mas foi em 2010, após o ataque ao navio Mavi Marmara, que a luta ganhou mais força. Em sua avaliação, a flotilha de 2025, com um número ainda maior de embarcações e ativistas, constituiu um marco significativo nesta mobilização global.
Além disso, a deputada afirmou que, enquanto a flotilha representava uma tentativa de romper o cerco e levar ajuda humanitária a Gaza, ela também tinha o objetivo de colocar a comunidade internacional em uma posição de ação em relação ao genocídio palestino. Para ela, a situação vivida pelos palestinos é um reflexo de um cenário mais amplo de violação dos direitos humanos e de um cerco que impede o povo de Gaza de acessar recursos essenciais, incluindo alimentos e medicamentos.
Por fim, Luizianne Lins destacou que, apesar das tentativas de desqualificação e da polarização política em torno da questão, a luta pela criação do Estado Palestino deve continuar sendo uma prioridade no cenário internacional. A deputada concluiu com um apelo por uma ação efetiva que leve à autodeterminação dos palestinos, um passo essencial para a paz duradoura na região. Assista:


