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Juca Kfouri alerta sobre Copa do Mundo nos EUA sob Trump: "Imagine muçulmanos, latinos e asiáticos nessa Copa..."

Jornalista critica perseguições a imigrantes e política externa dos Estados Unidos para o evento de 2026

(Foto: ABR | Reuters )
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247 - Durante sua participação no programa Barato da Idade, o jornalista Juca Kfouri expressou preocupação com o futuro da Copa do Mundo de 2026, que será realizada nos Estados Unidos, Canadá e México. A declaração ocorre em meio ao segundo mandato de Donald Trump, que intensificou perseguições contra árabes, latinos e outros imigrantes. Além disso, o presidente norte-americano tem adotado uma postura radical em relação à Palestina, chegando a sugerir a remoção completa da população de Gaza, alegando que a região é um "local de demolição".

"Estou muito curioso para saber como será uma Copa juntando esses três países, com todas as restrições que o pretenso rei dos Estados Unidos está impondo", afirmou Kfouri. O jornalista ressaltou que Trump já defendeu a anexação do Canadá e estabeleceu barreiras ainda mais rígidas contra mexicanos, o que poderia dificultar a livre circulação de torcedores e equipes.

Além da Copa do Mundo, Kfouri lembrou que os Estados Unidos sediarão a Olimpíada de 2028, em Los Angeles, o que reforça suas preocupações sobre restrições imigratórias. "Os muçulmanos poderão entrar nos Estados Unidos para assistir aos jogos? Os asiáticos? Os negros pelo mundo? Como será?", questionou.

A retórica de Trump em relação ao Oriente Médio também preocupa analistas e líderes internacionais, que veem sua proposta de "reassentamento" dos palestinos como uma violação grave do direito internacional. O presidente e seus aliados tentam justificar a medida como um gesto humanitário, argumentando que não há alternativa para os moradores de Gaza.

O jornalista também mencionou o relacionamento prévio entre Trump e a FIFA, recordando que, quando os EUA foram escolhidos como sede do Mundial, o então presidente enviou cartas à entidade esportiva. "Ele era presidente na época e fez questão de garantir a realização do evento", pontuou. No entanto, Kfouri pondera que a atual postura política do republicano pode se tornar um entrave para a própria FIFA e para a logística do torneio. "Se os países honrarem suas soberanias, pode haver resistência. Ele vai ter que ser mais brando em sua política externa", analisou.

A discussão também se estendeu para a Copa do Mundo de 2034, que será realizada na Arábia Saudita. Kfouri relatou a polêmica decisão do governo saudita de proibir a venda de bebidas alcoólicas durante o evento, o que entra em choque com grandes patrocinadores do futebol mundial. "Futebol e bebida alcoólica caminham juntos, e os patrocinadores são de grandes empresas desse setor. Como isso será resolvido?", questionou.

O jornalista relembrou sua experiência na Copa do Qatar, onde as bebidas foram inicialmente proibidas, mas posteriormente liberadas em um espaço restrito chamado de "Oasis". "Nos primeiros dias, não havia bebida alcoólica no centro de imprensa. Na segunda semana, criaram um espaço ao ar livre onde serviam cerveja e vinho. Todo mundo passou a trabalhar lá", contou Kfouri, ressaltando como essas regras acabam sendo flexibilizadas para atender ao mercado internacional.

A Copa do Mundo de 2026 promete ser uma das mais polêmicas da história recente do futebol, seja pelo formato inédito em três países, seja pelas tensões políticas que podem impactar a competição. Assista: 

 

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