“Estamos criando o 14º salário para os trabalhadores”, diz Reginaldo Lopes
Deputado do PT-MG defende que a reforma tributária vai desonerar a classe média e ampliar a justiça fiscal no Brasil
247 - Durante entrevista ao programa Bom Dia 247, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) ressaltou que a reforma tributária aprovada na Câmara dos Deputados vai além de ajustes técnicos no sistema de impostos. Segundo ele, trata-se de uma transformação estrutural capaz de promover justiça fiscal e gerar impacto direto na renda da população.
O parlamentar explicou que a compensação para a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil será garantida por uma contribuição mínima dos super-ricos. “Não há sobretaxa. É uma tributação mínima que complementa aquilo que deveria ser pago na pessoa jurídica. Por isso não justifica de forma alguma a Câmara rejeitar a tributação dos super-ricos”, afirmou.
Renda, consumo e impacto social
Lopes detalhou que cerca de 140 mil pessoas, o equivalente a 0,1% da população, passarão a contribuir mais. Essa mudança permitirá que a faixa de isenção alcance trabalhadores com rendimentos de até R$ 5 mil e reduza a carga para salários de até R$ 7.350.
“Nós estamos criando o 14º salário para o povo brasileiro, para a classe média popular. Isso significa mais dinheiro no bolso, maior capacidade de consumo e, consequentemente, crescimento econômico”, destacou o deputado.
Ele avaliou que a medida terá efeito imediato tanto no campo social quanto econômico: ao liberar renda para consumo de serviços e bens, haverá reflexos positivos na qualidade de vida e na atividade produtiva.
Reforma do consumo e progressividade inédita
O deputado também lembrou que a reforma tributária sobre o consumo, aprovada anteriormente, introduziu progressividade inédita no sistema brasileiro. “Pela primeira vez, o mundo vai conhecer uma experiência em que o imposto indireto será progressivo. Quem ganha mais receberá menos devolução e quem ganha menos terá mais cashback”, explicou.
De acordo com Lopes, o modelo prevê isenção para cestas básicas e redução de tributos em saúde e educação, consolidando medidas que, na sua visão, aproximam justiça social e justiça tributária.
Senado, implementação e confiança política
Questionado sobre a tramitação no Congresso, o parlamentar demonstrou otimismo. “Eu acredito que a sociedade brasileira voltou a pautar as ruas e não haverá espaço para retrocessos. A maioria compreende que justiça tributária é condição para justiça social”, afirmou.
Ele destacou ainda que o Senado deve dar continuidade ao processo sem grandes obstáculos, lembrando que propostas semelhantes já obtiveram apoio naquela Casa. O prazo final para a implementação da nova faixa de isenção está definido para 1º de janeiro de 2026.
“Nós estamos entregando uma reforma histórica, a primeira no regime democrático, construída com participação popular e que prepara o Brasil para crescer de forma estruturada”, concluiu Reginaldo Lopes. Assista: