Elisabetta Recine: "O combate à fome deve ser um esforço de longo prazo e estrutural"
Ao 247, a presidente do Consea afirmou que 'acabar com a fome é colocar a justiça social, econômica e climática no centro das decisões políticas'
247 - A presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Elisabetta Recine, destacou a importância de o Brasil ter saído do Mapa da Fome, de acordo relatório divulgada esta semana pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU), durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU (UNFSS+4), realizada em Adis Abeba, na Etiópia.
Em entrevista ao 247, a dirigente disse que “acabar com a fome é manter a democracia, colocar no centro das decisões políticas de alto nível a justiça social, econômica e climática”. “É uma combinação de medidas de curto, médio e longo prazo”, afirmou.
De acordo com a presidente do Consea, o Brasil precisa de uma “democracia que ultrapasse a representatividade”, para manter ações de combate à fome no longo prazo. Ela também citou a relevância do conselho.
“Quando agricultores familiares, camponeses, indígenas, população negra, mulheres, povo do campo, da cidade, chegam para falar da realidade, eles trazem um detalhamento que a burocracia não acessa. Estávamos prevendo este resultado para o ano que vem, mas veio agora”.
A dirigente fez um alerta para os prejuízos causados pelas políticas neoliberais de 2016 a 2022 no Brasil e, ao comentar sobre a insegurança alimentar, disse que o país tem um “desafio importante na recuperação do orçamento público”.
Durante a 2ª Cúpula dos Sistemas Alimentares da ONU (UNFSS+4), realizada na Etiópia, foi anunciado que o Brasil está novamente fora do Mapa da Fome, graças ao registro de menos de 2,5% da população em situação de insegurança alimentar grave.
Segundo informações da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), entre os anos de 2019 e 2021, aproximadamente 3,4% dos brasileiros enfrentaram a fome. Esse número aumentou para 4,2% em 2022, o que representou cerca de 8,4 milhões de pessoas sem acesso adequado à alimentação. Em 2023, o índice caiu para 3,9%.
Sob a atual gestão federal, os números continuam apresentando tendência de queda. Quando a taxa de subnutrição fica abaixo de 2,5%, a ONU deixa de divulgar o total de indivíduos afetados.
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