"Eduardo Bolsonaro é o principal cabo eleitoral de Lula", afirma Fernando Horta
Historiador aponta que ações do deputado nos EUA fortalecem Lula politicamente e expõem riscos à soberania diante das políticas de Donald Trump
247 - Em entrevista ao programa Brasil Agora, da TV 247, o historiador Fernando Horta afirmou que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se tornou o maior cabo eleitoral do presidente Lula (PT) para as eleições de 2026. Segundo Horta, as movimentações do parlamentar nos Estados Unidos estão criando um cenário de fortalecimento político para Lula.
“Eduardo Bolsonaro hoje é o principal cabo eleitoral do presidente Lula”, disse Horta. “Ele entrega ao presidente a possibilidade de se unir à população em torno de uma ameaça externa, algo que historicamente fortalece governos”, firsou.
A análise veio após a divulgação de uma pesquisa do Instituto Ipsos, que revelou que 75% dos brasileiros consideram que o tarifácio imposto por Trump sobre produtos brasileiros tem motivação política, e não comercial. O levantamento ainda mostrou que quase metade da população defende uma retaliação equivalente contra os EUA, enquanto 38% acreditam que as ações norte-americanas pioraram a imagem do país no Brasil.
Horta comparou a atual situação a casos internacionais em que governos ganharam força política ao enfrentar pressões estrangeiras, citando exemplos de Vladimir Putin na Rússia, Volodymyr Zelensky na Ucrânia, Hugo Chávez e Nicolás Maduro na Venezuela.
O historiador argumenta que, ao agir contra negociações comerciais e políticas do governo Lula no exterior, Eduardo Bolsonaro cria um ambiente que reforça a narrativa de defesa da soberania nacional, narrativa esta que, segundo ele, beneficia diretamente o presidente.
“Quando a população percebe uma ameaça externa injusta, há uma tendência de se unir em torno da liderança que enfrenta essa ameaça. Eduardo Bolsonaro está entregando isso de bandeja a Lula”, destacou.
Para Horta, Eduardo Bolsonaro cumpre no Brasil um papel semelhante ao que Juan Guaidó desempenhou na Venezuela, ao se alinhar a interesses estrangeiros contra o governo eleito. O historiador alertou para o risco de o parlamentar tentar se apresentar como “presidente legítimo” no exterior, caso o bolsonarismo perca as próximas eleições.
O professor também defendeu a necessidade de cassação do mandato do deputado, afirmando que suas ações configuram prejuízos diretos aos interesses nacionais.
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