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CPI fará 'cartografia do crime' e de políticas de segurança, diz Rogério Carvalho

Senador explica que comissão buscará compreender como o crime organizado se estrutura e propõe um debate sobre o uso da força nas ações policiais

Rogério Carvalho (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

247 - A recém-instalada CPI do Crime Organizado no Senado Federal pretende fazer uma “cartografia” detalhada da criminalidade e das políticas de segurança pública no Brasil, afirmou o senador Rogério Carvalho (PT-SE) em entrevista à TV 247. Segundo o parlamentar, o objetivo é compreender de que forma o crime organizado ocupa territórios, atua em diferentes frentes econômicas e influencia as políticas de segurança adotadas em diversos estados do país.

O senador explicou que a comissão deve ir além da apuração de casos pontuais. “Nós vamos fazer uma certa cartografia nesse lugar da segurança pública no Brasil e como o crime organizado ocupou a cena, o território, os negócios. Como ter uma visão mais precisa dessas principais organizações e como elas funcionam”, declarou. Ele acrescentou que a CPI pretende ouvir governadores e outras autoridades para compreender “as artérias que alimentam essas organizações, como circula o dinheiro, as armas e as mercadorias”.

Mapeamento nacional do crime organizado

De acordo com Rogério Carvalho, a comissão analisará diferentes dinâmicas de atuação criminosa no país, a exemplo das operações realizadas no Rio de Janeiro, na Bahia e no Ceará. O parlamentar destacou que o caso fluminense será incluído como ponto de observação, mas alertou que o modelo de ação policial adotado no estado não deve ser tomado como exemplo a seguir. “Obviamente que o Rio de Janeiro deve entrar na linha de observação da CPI, como um jeito de fazer e não como a política ou como a forma recomendável de fazer a ação policial”, afirmou. Para ele, a investigação precisa questionar se “o combate ao crime organizado vai ter que ser feito só com uso da força, preferencialmente ou intencionalmente só usando a força e produzindo essa imagem de terror que a gente viu”.

Debate político e propostas legislativas

Rogério Carvalho destacou que a CPI deve resultar em propostas concretas para aprimorar a legislação e orientar políticas públicas mais eficazes. Segundo ele, o trabalho da comissão não se limitará à responsabilização, mas também buscará construir uma visão mais ampla sobre o papel do Estado no combate à criminalidade.

“Todas essas questões devem estar no radar da comissão. Ao final, acredito que a gente vai ter propostas legislativas que auxiliem e o apontamento de algumas conclusões sobre modus operandi em vários estados e o debate político sobre essas formas”, afirmou o senador.

Para Carvalho, é essencial que o Senado aproveite a CPI como espaço de reflexão sobre as estratégias de segurança pública no país. “Se a gente não aproveitar a CPI para tratar disso, a gente não vai estar contribuindo para o esclarecimento da opinião pública sobre o combate ao crime organizado e as formas de fazer o combate”, concluiu.

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