Professora revoluciona ensino de inglês para adultos sem regras gramaticais

Beatriz Bevilaqua, 247 - Em um mundo cada vez mais automatizado, com robôs de atendimento, aplicativos de tradução e inteligência artificial que promete resolver tudo em segundos, é fácil acreditar que o inglês deixou de ser necessário. Mas, para a professora, escritora e empreendedora Marcela Miranda, falar inglês continua sendo uma ponte insubstituível entre pessoas e um gesto poderoso de liberdade individual.

“Se hoje você recebesse uma ligação e perguntassem: ‘Você quer conversar com um robô ou com um humano?’, a gente sempre vai preferir falar com um humano”, afirma Marcela. “Por mais que existam tecnologias X, Y ou Z, a conexão humana ainda é insubstituível.”

Marcela construiu sua carreira combinando didática e inovação digital. Com mais de a milhão de inscritos em seu canal no YouTube, ela alcança milhares de estudantes que buscam um aprendizado mais humano e efetivo. Além do conteúdo online, já impactou diretamente a vida de alunos em cursos presenciais e digitais, muitos deles empreendedores, profissionais liberais e pessoas que buscam ampliar suas oportunidades no mercado global.

A experiência acumulada em mais de 30 anos de ensino para adultos culminou no livro Mente aberta, língua solta - Os segredos da aprendizagem acelerada de inglês para adultos (Editora Planeta, 2024). A obra parte de uma constatação simples, mas muitas vezes ignorada: aprender um novo idioma, especialmente na vida adulta, é menos sobre gramática e mais sobre comportamento, emoção e coragem.

“Eu acredito que 80% do aprendizado é comportamental e só 20% é instrumental. Só 20% são regras, palavras, estruturas. O resto é autoconfiança, gerenciamento emocional e disposição para se expor”, afirma a autora.

Marcela propõe uma abordagem que rompe com a lógica tradicional dos cursos de inglês engessados. Em vez de priorizar fórmulas gramaticais e listas de vocabulário, ela defende que o aprendizado precisa partir do autoconhecimento, ou seja, da compreensão sobre como cada pessoa aprende melhor, seja de forma visual, auditiva ou cinestésica. 

Também propõe que o ensino seja guiado pela relevância, focando no que realmente importa para a comunicação prática e cotidiana, em vez de conteúdos pouco aplicáveis à vida real. E, sobretudo, sustenta que é fundamental promover uma libertação emocional: encarar o medo de errar, a vergonha de falar e os bloqueios acumulados ao longo de anos de métodos ineficazes e experiências frustrantes.

“Aprender inglês faz bem para várias áreas do cérebro, previne doenças neurodegenerativas e melhora principalmente a autoestima”, defende. Marcela Miranda é um exemplo claro de como o empreendedorismo digital pode transformar vidas e democratizar o acesso ao conhecimento. “Nunca é tarde para recomeçar. Nunca é tarde para ocupar espaços com a sua voz. E o inglês pode ser essa ponte para um novo mundo”, reforça.

Assista a entrevista na íntegra aqui: