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Mercado reduz ganhos após dados fracos nos EUA e incertezas sobre tarifas de Trump

S&P 500 desacelera após alta inicial; Fed volta ao centro das atenções diante de cenário econômico instável e pressões da Casa Branca

Operadores trabalham no pregão da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), na cidade de Nova York, EUA, em 14 de maio de 2025 (Foto: REUTERS/Brendan McDermid)
Luis Mauro Filho avatar
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247 - O entusiasmo inicial dos investidores em Wall Street diante dos resultados positivos da Nvidia perdeu força rapidamente diante de uma combinação de indicadores econômicos fracos e instabilidades políticas relacionadas às políticas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A informação foi publicada originalmente pela Bloomberg.

O índice S&P 500 chegou a registrar alta de quase 1%, mas terminou o dia com avanço modesto de apenas 0,2%. Já o Nasdaq 100 praticamente não se moveu, enquanto o Dow Jones oscilou sem direção clara. O setor de tecnologia ainda garantiu certo impulso ao mercado, com a Nvidia subindo cerca de 3%. No entanto, o humor dos investidores foi afetado por um cenário macroeconômico mais preocupante.

Entre os dados negativos, chamou a atenção a contração da economia dos Estados Unidos no início do ano, reflexo de um consumo doméstico mais fraco e de um impacto ainda mais severo do comércio exterior do que se estimava anteriormente. As vendas pendentes de imóveis usados despencaram no último mês, no maior recuo desde setembro de 2022, e o aumento no número de pedidos recorrentes de auxílio-desemprego elevou os temores quanto ao desemprego.

Ao mesmo tempo, os títulos do Tesouro norte-americano subiram, com a expectativa de que o Federal Reserve seja forçado a cortar os juros duas vezes ainda neste ano. A demanda forte por um leilão de US$ 44 bilhões em papéis de sete anos impulsionou ainda mais os ganhos no mercado de renda fixa. O rendimento dos Treasuries de 10 anos caiu seis pontos-base, para 4,42%, enquanto o índice do dólar recuou 0,5%.

No campo político, o governo Trump indicou que irá recorrer à Suprema Corte ainda nesta semana, caso um tribunal de apelações não suspenda a decisão que considera a maioria das tarifas impostas por Trump ilegais. As tarifas, implementadas no contexto de sua guerra comercial, seguem alvo de intensa disputa judicial.

A própria pressão política sobre o 2 também voltou ao radar, após Trump afirmar que o presidente do banco central, Jerome Powell, “está cometendo um erro” por não reduzir imediatamente as taxas de juros.

Analistas avaliam que o ambiente continuará instável. “Esperamos mais volatilidade nos mercados à medida que surgirem novas manchetes sobre política comercial e fiscal”, avaliou Ulrike Hoffmann-Burchardi, da UBS Global Wealth Management. Apesar da cautela no curto prazo, a gestora ainda prevê alta das ações norte-americanas nos próximos 12 meses, embora reconheça que os ganhos até o fim deste ano devem ser limitados.

Entre as empresas que se destacaram negativamente, a United Airlines informou que os problemas operacionais no aeroporto de Newark devem prejudicar seus lucros. Já a Synopsys suspendeu suas projeções financeiras após ser informada pelo governo dos EUA sobre novas restrições às exportações com destino à China.

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