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Mercado minimiza ameaças de Trump a Powell e ignora ruídos políticos internos e externos nos EUA

Mesmo com ameaças ao Fed e ruídos políticos, ações sobem e ativos mostram correlação normalizada, refletindo confiança em fundamentos

Uma tela mostra o CEO da Tesla, Elon Musk, e o presidente dos EUA, Donald Trump, enquanto um operador de opções futuras trabalha no pregão da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), na cidade de Nova York, EUA, em 30 de maio de 2025 (Foto: REUTERS/Jeenah Moon)
Luis Mauro Filho avatar
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247 - As recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Federal Reserve e seu presidente, Jerome Powell, não provocaram disrupções relevantes nos mercados. A ameaça de demissão de Powell teve impacto limitado: os rendimentos dos Treasuries oscilaram pouco, o S&P 500 avançou 0,6% e o Bitcoin manteve-se próximo das máximas.

Segundo análise da Bloomberg, a reação contida reflete a resiliência macroeconômica dos EUA e a normalização das correlações entre ativos. Após três anos de movimentos sincronizados impulsionados por inflação e política monetária, ações, títulos, commodities e crédito voltaram a operar de forma mais independente. O índice de correlação calculado pelo Barclays recuou para 32%, próximo à média da última década, após atingir 55% em março de 2023.

Volatilidade reduzida e foco em fundamentos

O ambiente atual é caracterizado por baixa volatilidade e dissociação entre classes de ativos. Ações reagem a balanços, não a juros; títulos corporativos precificam riscos específicos; o ouro voltou a operar como ativo de diversificação. O S&P 500 completa 17 sessões sem variação superior a 1%. Long-duration Treasuries recuam 0,6%, e criptoativos permanecem estáveis.

De acordo com Michael O’Rourke, da JonesTrading, o mercado precifica que Trump evitará medidas adversas aos ativos: “Investidores acreditam que ele não executará políticas que derrubem as bolsas”. Essa leitura sustenta o apetite por risco.

Riscos estruturais persistem

Apesar do comportamento racional dos preços, analistas apontam que o cenário permanece sensível a choques exógenos. Inigo Fraser-Jenkins, da AllianceBernstein, cita pressões de longo prazo como inflação estrutural, clima, demografia e desglobalização como potenciais vetores de reprecificação. James St. Aubin, da Ocean Park, alerta: “Inflação elevada eleva correlações; estagflação é o cenário que mais afeta ações e títulos simultaneamente”.

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