Mercado minimiza ameaças de Trump a Powell e ignora ruídos políticos internos e externos nos EUA
Mesmo com ameaças ao Fed e ruídos políticos, ações sobem e ativos mostram correlação normalizada, refletindo confiança em fundamentos
247 - As recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Federal Reserve e seu presidente, Jerome Powell, não provocaram disrupções relevantes nos mercados. A ameaça de demissão de Powell teve impacto limitado: os rendimentos dos Treasuries oscilaram pouco, o S&P 500 avançou 0,6% e o Bitcoin manteve-se próximo das máximas.
Segundo análise da Bloomberg, a reação contida reflete a resiliência macroeconômica dos EUA e a normalização das correlações entre ativos. Após três anos de movimentos sincronizados impulsionados por inflação e política monetária, ações, títulos, commodities e crédito voltaram a operar de forma mais independente. O índice de correlação calculado pelo Barclays recuou para 32%, próximo à média da última década, após atingir 55% em março de 2023.
Volatilidade reduzida e foco em fundamentos
O ambiente atual é caracterizado por baixa volatilidade e dissociação entre classes de ativos. Ações reagem a balanços, não a juros; títulos corporativos precificam riscos específicos; o ouro voltou a operar como ativo de diversificação. O S&P 500 completa 17 sessões sem variação superior a 1%. Long-duration Treasuries recuam 0,6%, e criptoativos permanecem estáveis.
De acordo com Michael O’Rourke, da JonesTrading, o mercado precifica que Trump evitará medidas adversas aos ativos: “Investidores acreditam que ele não executará políticas que derrubem as bolsas”. Essa leitura sustenta o apetite por risco.
Riscos estruturais persistem
Apesar do comportamento racional dos preços, analistas apontam que o cenário permanece sensível a choques exógenos. Inigo Fraser-Jenkins, da AllianceBernstein, cita pressões de longo prazo como inflação estrutural, clima, demografia e desglobalização como potenciais vetores de reprecificação. James St. Aubin, da Ocean Park, alerta: “Inflação elevada eleva correlações; estagflação é o cenário que mais afeta ações e títulos simultaneamente”.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: