Lula deve terminar mandato com menor inflação desde o Plano Real, diz Haddad
Ministro da Fazenda afirma que Brasil pode encerrar governo Lula com crescimento próximo de 3%
247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta terça-feira (16) que o Brasil está prestes a iniciar um ciclo sustentável de redução da taxa básica de juros. Segundo o ministro, a atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá encerrar o mandato com a menor inflação registrada em um governo desde a criação do Plano Real, em 1994. As informações são do jornal O Globo.
Em evento voltado ao mercado financeiro, Haddad afirmou que a consolidação do arcabouço fiscal, a Reforma Tributária e a melhora das expectativas em relação à inflação têm criado condições favoráveis para a queda gradual do custo do crédito. “Penso que vamos entrar numa trajetória de queda de juros com sustentabilidade. Acredito que vamos terminar o mandato com a menor inflação de um mandato desde o Plano Real. Um crescimento médio próximo de 3%”, declarou.
Fatores que sustentam a projeção
O ministro destacou que o câmbio, com o dólar estabilizado em torno de R$ 5,30, contribui para ancorar as expectativas de inflação. “O impacto é notável no Brasil. Penso que estamos reancorando as expectativas de inflação e acredito que podemos abrir um ciclo de queda de juros nos próximos meses”, afirmou.
Haddad também demonstrou otimismo em relação à atração de investimentos privados. “O apetite para investir no Brasil vai crescer e vai se manifestar com muito vigor a partir do início do ciclo de cortes de juros. Nós conseguimos olhar para um horizonte próximo com muito otimismo”, disse.
Decisão do Copom mantém clima de cautela
Apesar do discurso positivo, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve manter a taxa Selic em 15% ao ano na reunião marcada para amanhã. Caso a expectativa do mercado se confirme, será a terceira decisão consecutiva sem alterações, após um período de forte alta que elevou os juros em 4,5 pontos percentuais em apenas nove meses.
Em sua última ata, o BC havia indicado que a prioridade é avaliar se o nível atual de aperto monetário é suficiente para trazer a inflação de volta à meta de 3%, com tolerância de 1,5 ponto. A autoridade monetária reforçou, ainda, que poderia elevar a taxa novamente caso os preços mostrem resistência.
Cenário econômico nacional e internacional
No Brasil, os últimos indicadores apontam desaceleração da inflação, embora os preços dos serviços ainda resistam à queda. O mercado de trabalho segue aquecido, sustentando o consumo das famílias.
No cenário externo, a ofensiva comercial do governo dos Estados Unidos e as incertezas em torno do início dos cortes de juros pelo Federal Reserve aumentam a necessidade de prudência por parte do Banco Central brasileiro. Parte dos analistas acredita que, se a inflação seguir em trajetória de queda e o Fed reduzir os juros em 2026, o Brasil poderá iniciar seu ciclo de cortes já no primeiro trimestre do próximo ano.


