Lula articula com Senado indicações para a CVM
Presidente busca destravar nomeações para órgão regulador do mercado de capitais enquanto Centrão mira cargos estratégicos
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende dialogar com a cúpula do Senado para viabilizar as indicações do governo aos cargos de direção da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão responsável por fiscalizar e regular o mercado de capitais. A informação foi publicada nesta sexta-feira (15) pelo Valor Econômico.
A movimentação ocorre em meio ao aumento da pressão do Centrão para ocupar postos estratégicos em autarquias federais, como agências reguladoras e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Atualmente, duas das cinco cadeiras do colegiado da CVM estão vagas e uma terceira ficará disponível em 2026. O Planalto e o Ministério da Fazenda — ao qual a CVM é vinculada — querem que os novos dirigentes tenham perfil técnico, mas enfrentam a ofensiva de setores políticos que buscam ampliar sua influência.
Após a saída antecipada de João Pedro Nascimento da presidência, em junho, a disputa interna se intensificou. Entre os nomes cogitados pelo governo estão a atual diretora Marina Copola, o advogado André Pitta e a ex-diretora Flávia Perlingeiro, hoje no BNDES. Já o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega teria defendido a indicação do advogado Igor Muniz, que presidiu o Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) entre 2021 e 2024.
No campo político, o atual presidente interino da CVM, Otto Lobo, é apontado como possível candidato ao posto efetivo. Fontes afirmam que ele busca apoio junto a senadores e conta com respaldo de ministros de tribunais superiores. Sua gestão, no entanto, enfrenta críticas após reverter uma decisão sobre a oferta pública de aquisição (OPA) da Ambipar, contrariando posicionamento anterior do colegiado e gerando desconforto no governo e no mercado.
Outro nome que circula no Congresso é o de André Vasconcelos, diretor da Fictor Alimentos, que estaria em busca de apoio político para assumir uma diretoria. Entre agentes de mercado, cresce a preocupação de que indicações com viés político comprometam a tradição técnica do órgão.
Em nota, Otto Lobo destacou que a escolha de diretores cabe ao presidente da República, mediante indicação da Fazenda e aprovação do Senado. “O diretor segue empenhado em contribuir para o fortalecimento do mercado de capitais brasileiro e para a contínua modernização regulatória conduzida pela CVM”, afirmou, acrescentando que seu mandato atual vai até 31 de dezembro de 2025.
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