HOME > Economia

Gil do Vigor assume discurso dos muito ricos e ataca governo Lula

Economista critica nova taxação sobre investimentos isentos e questiona: “o Brasil precisa de tanta arrecadação assim?”

Gil do Vigor (Foto: Reprodução/X/@vinicios_betiol)
Redação Brasil 247 avatar
Conteúdo postado por:

247 - O economista Gilberto Nogueira, mais conhecido como 'Gil do Vigor', que ficou famoso ao participar do Big Brother Brasil e é conhecido por seu apoio ao governo do presidente Lula (PT), surpreendeu ao divulgar um vídeo em suas redes sociais com duras críticas à política tributária recentemente anunciada pelo Executivo. Gil adotou um discurso alinhado a setores de alta renda do mercado financeiro ao reprovar a nova medida provisória que prevê taxações sobre aplicações antes isentas de Imposto de Renda.

“O Brasil já está entre os países que mais taxam. Isso é fato. Inclusive, em 2024 o imposto do Brasil representou 33% do seu PIB. Então assim, é para torar mesmo”, afirmou Gil. Para ele, a tributação sobre investimentos como LCI, LCA, CRI e CRA afeta diretamente os consumidores: "vai te afetar sim. Quando tu for lá comprar a sua feira, sua cesta básica, seu bolso vai sentir".

Crítica à arrecadação e cobrança sobre investimentos - No vídeo, Gil do Vigor argumenta que o governo federal estaria avançando sobre camadas da população que buscam investir pequenas economias com esforço. "Agora imagine a indignação de uma pessoa que juntou o ano todinho, o mês todinho um dinheirinho para poder investir e quando vai pegar esse dinheiro para investir tem que pagar imposto?", questionou.

Apesar de reconhecer que o objetivo da medida é a redistribuição de renda e o fortalecimento de políticas públicas, Gil se disse inconformado com o que chama de falta de eficiência na gestão pública. "A gente precisa de políticas públicas que consigam resolver nossos problemas sem ser colocando dívida de volta para a população", declarou. "Eficiência também é você conseguir trabalhar com pouco e fazer muito. De verdade, eu fico revoltado. Essa é minha visão como especialista".

A crítica também se estende ao volume de arrecadação previsto: "a XP fez um levantamento que mostra que aproximadamente R$ 18 bilhões serão colocados nos cofres públicos. Isso é maravilhoso... Só que, gente, o Brasil precisa de tanta arrecadação assim? Está tão desesperado assim por arrecadação? E tem que ser do povo?", questiona o economista.

Entenda a medida do governo criticada por Gil - As declarações de Gil ocorrem após o governo Lula editar uma medida provisória com ajustes na arrecadação federal. A iniciativa surgiu após resistência de lideranças da Câmara à elevação de tributos sem contrapartidas no controle de gastos.

Para aliviar o impacto de aumentos recentes no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), um novo decreto reduziu a alíquota sobre crédito para empresas de 0,95% para 0,38% e adiou para 2026 a cobrança em aportes de até R$ 600 mil em planos como o VGBL.

Ao mesmo tempo, a MP instituiu novas cobranças: aplicações antes isentas, como LCI, LCA, CRI, CRA e debêntures incentivadas, agora terão alíquota de 5% de Imposto de Renda. Já os rendimentos de aplicações financeiras em geral passam a pagar 17,5%, independentemente do prazo.

As "bets", empresas de apostas, também passarão a recolher 18% sobre o faturamento, com a promessa de destinar os recursos à saúde. Além disso, a MP trouxe ajustes em programas sociais, como o Pé-de-Meia, o Atestmed do INSS e o Seguro Defeso, submetendo todos à dotação orçamentária como forma de fortalecer o novo arcabouço fiscal.

Governo busca recompor receitas sem comprometer teto de gastos - De acordo com o Ministério da Fazenda, as medidas visam reduzir distorções no sistema tributário e manter a estabilidade fiscal, ao mesmo tempo em que respeitam os limites do novo regime de responsabilidade com os gastos públicos.

O IOF de 0,38% sobre operações com FIDCs, por exemplo, foi defendido pela pasta como uma forma de "mitigar distorções em instituições diferentes, mas que ofertam operações de crédito similares".

A MP, que ainda será apreciada pelo Congresso, é mais um passo do governo na tentativa de reforçar a arrecadação sem recorrer ao aumento de tributos sobre consumo ou trabalho. 

❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

Rumo ao tri: Brasil 247 concorre ao Prêmio iBest 2025 e jornalistas da equipe também disputam categorias

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Cortes 247

Relacionados

Carregando anúncios...
Carregando anúncios...