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Galípolo diz que BC está "bastante incomodado" com inflação fora da meta

Presidente do Banco Central reforça política monetária rígida

Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, durante coletiva de imprensa, em Brasília - 27/03/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira (23) que a instituição está “bastante incomodada” com o fato de a inflação e as expectativas do mercado seguirem acima da meta. Apesar disso, destacou que o país vive um processo acelerado de desinflação e defendeu a manutenção da política monetária em patamar restritivo por um período prolongado.

As declarações foram dadas durante sua participação no Fórum Econômico Indonésia-Brasil, em Jacarta, e repercutidas pela Reuters. Galípolo ressaltou que o Banco Central tem atuado de forma “diligente e tempestiva” no combate às pressões inflacionárias. “A inflação e expectativas seguem fora do que é a meta, isso é um ponto de bastante incômodo para o Banco Central, mas estamos falando de uma inflação que está num processo de redução e retorno para a meta”, afirmou.

Embora tenha reforçado o compromisso da autoridade monetária com a meta de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual, Galípolo evitou fazer previsões sobre quando o índice oficial de preços atingirá o objetivo. Segundo a pesquisa Focus mais recente, o IPCA deve encerrar 2025 com alta de 4,70%, sem expectativa de convergência ao centro da meta até 2028.

Em setembro, o IPCA avançou 0,48%, acumulando alta de 5,17% em 12 meses. Diante desse cenário, o Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% e indicou a intenção de conservá-la nesse nível por “um período bastante prolongado”.

Para Galípolo, essa postura é essencial para garantir a convergência da inflação sem comprometer o crescimento econômico e o nível de emprego. “A economia brasileira vem passando por um ciclo de crescimento contínuo... e ainda assim com nível de inflação que, apesar de fora da meta, demanda o Banco Central permanecer com uma taxa de juros num patamar elevado e restritivo por um período prolongado”, explicou.

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