FMI mantém projeção de crescimento do PIB do Brasil em 2,3% para 2025

247 - O Fundo Monetário Internacional (FMI) manteve a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2,3% para 2025. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (17) em comunicado oficial do órgão, que reiterou a projeção já apresentada em junho após reuniões com autoridades brasileiras.

Segundo o relatório do FMI, publicado pela Folha de S. Paulo, o desempenho da economia brasileira neste ano está inserido em um cenário global marcado por condições monetárias e financeiras restritivas, pela redução de estímulos fiscais e por uma maior instabilidade no ambiente político internacional. Mesmo assim, o organismo multilateral avalia que o Brasil pode alcançar um crescimento de 2,5% ao ano até 2030, sustentado pela normalização da política monetária e por reformas estruturais, como a do Imposto sobre Valor Agregado (IVA).

Projeções internas e inflação acima da meta - As estimativas do FMI são próximas às projeções do Ministério da Fazenda, que prevê avanço de 2,5% em 2025, e do Banco Central, que projeta 2,1%. A SPE (Secretaria de Política Econômica) da Fazenda divulgou um boletim neste mês reafirmando a expectativa de desempenho positivo da atividade econômica, sobretudo devido à resiliência do mercado de trabalho no segundo trimestre e à inadimplência em níveis ainda controlados — fatores que sustentam o consumo das famílias mesmo sob juros elevados.

Por outro lado, o Fundo aponta que a inflação no Brasil deve permanecer acima da meta estabelecida pelo Banco Central, encerrando 2025 em 5,2%. A expectativa é que o índice só se alinhe à meta de 3% em 2027. O BC, por sua vez, persegue uma meta de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Para o FMI, a decisão do Banco Central de iniciar um ciclo de aperto monetário em setembro de 2024 foi “apropriada e consistente” com o objetivo de reduzir as expectativas inflacionárias. “No contexto de elevada incerteza global e expectativas de inflação acima de níveis consistentes com a meta, manter a flexibilidade sobre o ritmo e extensão do ciclo de alta é prudente”, avaliou o órgão.

Recomendações fiscais e desempenho recente do PIB - Além da política monetária, o FMI recomendou uma atuação mais incisiva no campo fiscal para garantir a estabilidade da dívida pública e abrir espaço para novos investimentos. “Um esforço fiscal mais sustentado e ambicioso, com um arcabouço melhorado, mobilização de receitas e medidas sobre gastos, será necessário para colocar a dívida em trajetória firme de queda”, destacou a instituição.

No primeiro trimestre de 2025, a economia brasileira cresceu 1,4% em relação ao trimestre anterior, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A expansão foi impulsionada principalmente pela recuperação da safra agrícola. O Banco Central, que em dezembro passado ainda projetava crescimento de 2,1% para 2025, manteve essa estimativa mesmo após revisar seus cálculos diante de surpresas positivas no primeiro semestre e da melhora na expectativa para o setor agropecuário, cujo impacto no PIB é considerado “modesto, mas positivo”.