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Em meio a críticas, ex-presidentes do Banco Central aconselham Galípolo

Na série que celebra os 60 anos do BC, antecessores alertam o atual presidente sobre os desafios de liderar a autoridade monetária

Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, durante coletiva de imprensa, em Brasília - 27/03/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - Em uma série especial para celebrar ps 60 anos do Banco Central intitulada Conversas Presidenciais, reúne relatos de dez ex-presidentes do BC sobre momentos marcantes da política monetária brasileira.

Em meio a críticas de diversos setores pelos sucessivos aumentos na taxa de juros Selic, atualmente em 15%, as declarações dos ex-presidentes do Banco Central ganham contornos políticos. Investir em comunicação com a sociedade, agir com serenidade sob pressão e tomar decisões com foco no longo prazo são alguns dos conselhos recebidos por Gabriel Galípolo, atual presidente da instituição, em conversas com seus antecessores.

Wadico Bucchi, que presidiu o BC entre 1989 e 1990, afirmou que é crucial transmitir à sociedade a ideia de que o Banco Central atua pela estabilidade, e elogiou a habilidade de Galípolo como comunicador. Gustavo Loyola, que chefiou a autarquia nos anos 1990, reforçou a importância da comunicação não só com o Executivo, mas também com o Legislativo e o Judiciário, especialmente diante das transformações tecnológicas e políticas.

Alexandre Tombini, presidente do BC durante o governo Dilma Rousseff, e Roberto Campos Neto, antecessor direto de Galípolo, também enfatizaram a necessidade de fortalecer os canais de diálogo — com a população e com o Congresso. 

Campos Neto, por sua vez, alertou sobre os riscos da polarização política e recomendou que o Banco mantenha sua autonomia com equilíbrio.

Outro ponto comum entre os ex-presidentes foi a defesa de uma postura paciente e estratégica. Pedro Malan, responsável pela implementação do Plano Real, destacou a vantagem de planejar com horizonte de médio e longo prazo. Ilan Goldfajn, que conduziu o BC entre 2016 e 2019, aconselhou Galípolo a não se deixar consumir pelas urgências diárias: “99% dos problemas vão passar”.

Henrique Meirelles, o mais longevo no cargo, defendeu decisões tecnicamente corretas, com calma e sem ceder a pressões políticas. Arminio Fraga, por sua vez, sugeriu foco absoluto no que é essencial e uso cuidadoso do capital político: “Não inventa, a não ser que seja absolutamente necessário”.

Persio Arida e Gustavo Franco alertaram para os riscos imprevisíveis do sistema financeiro. Ambos defenderam que, diante de um cenário de incertezas globais e inovação constante, o BC deve atuar com princípios firmes e capacidade de adaptação.

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