Contas públicas registram déficit de R$ 17,3 bilhões em agosto e dívida permanece em 77,5% do PIB
Resultado fiscal mostra melhora em relação a 2024
247 - As contas do setor público consolidado fecharam agosto com déficit primário de R$ 17,3 bilhões, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (30) pelo Banco Central. O resultado inclui União, estados, municípios e empresas estatais, e não leva em conta os juros da dívida pública.
O saldo negativo representa melhora frente a agosto de 2024, quando o rombo havia sido de R$ 21,4 bilhões. Apesar do déficit, o desempenho foi o melhor para o mês desde 2022, ano em que o país registrou superávit de R$ 10,7 bilhões.
Detalhamento do resultado de agosto
O desempenho fiscal de agosto foi puxado por déficits em todos os níveis de governo:
- Governo federal: déficit de R$ 15,9 bilhões
- Estados e municípios: déficit de R$ 1,3 bilhão
- Empresas estatais: déficit de R$ 6 milhões
Embora os números indiquem deterioração em relação a julho, a comparação anual mostra uma trajetória de redução do rombo.
Acumulado de 2025 ainda aponta saldo negativo
Entre janeiro e agosto, o setor público consolidado acumulou déficit primário de R$ 61,8 bilhões, o equivalente a 0,74% do PIB. No mesmo período de 2024, o resultado havia sido pior: um rombo de R$ 86,2 bilhões, correspondente a 1,12% do PIB.
Somente o governo federal responde pela maior parte do saldo negativo neste ano, com R$ 84,6 bilhões de déficit acumulado. No mesmo período de 2024, o valor havia sido de R$ 101,6 bilhões.
Meta fiscal e arcabouço
A meta estabelecida pelo governo federal para 2025 é zerar o déficit primário. Entretanto, as regras do novo arcabouço fiscal permitem uma margem de tolerância de até 0,25% do PIB, o que equivale a aproximadamente R$ 31 bilhões de déficit, sem que a meta seja formalmente descumprida.Além disso, para efeito de cálculo da meta, o governo desconsidera R$ 44,1 bilhões em precatórios, que são dívidas reconhecidas pela Justiça.