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Banco Central reduz projeção do PIB para 2% e aponta impacto do tarifaço

Autoridade monetária reduziu estimativas para alinhar atividade econômica à meta de inflação, aponta relatório

Sede do Banco Central, em Brasília - 17/12/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - O Banco Central anunciou uma revisão em suas estimativas para a economia brasileira e reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025. A previsão, que antes era de 2,1%, passou a ser de 2,0%. Para 2026, a instituição prevê uma expansão ainda mais modesta, de 1,5%.

Os números fazem parte do Relatório de Política Monetária divulgado nesta quinta-feira (25). O documento aponta que a moderação no ritmo da economia está em linha com os esforços da política monetária para garantir a convergência da inflação à meta oficial de 3%.

No documento, o Banco Central destacou que o “tarifaço” imposto por Washington e a moderação da atividade no segundo semestre de 2025 foram determinantes para a revisão. Entretanto, a autoridade monetária ressaltou que parte dos impactos negativos foi compensada por projeções mais otimistas para a agropecuária e para a indústria extrativa.

“Mantém-se a expectativa de continuidade da moderação da atividade econômica ao longo do segundo semestre de 2025, tendência que deve se estender para o ano seguinte”, informou o BC no relatório.

Cenário para 2026

A projeção de apenas 1,5% para 2026 considera a manutenção de uma política monetária em patamar restritivo, o baixo nível de ociosidade da economia, a desaceleração do crescimento global e a ausência do impulso agropecuário que favoreceu 2025.

Na ata divulgada recentemente pelo Comitê de Política Monetária (Copom), o diagnóstico foi semelhante: a economia segue dando sinais de moderação, em linha com o esperado. “O Comitê avalia que, apesar dos sinais mistos, os sinais advindos da demanda e da atividade econômica até aqui sugerem que o cenário se desenrola conforme esperado e compatível com a política monetária em curso”, registrou o documento.

Para o Banco Central, a desaceleração do crescimento é fundamental para garantir a convergência da inflação à meta de 3,0%.

Após a divulgação do PIB do segundo trimestre, o governo federal também reduziu sua própria previsão de expansão em 2025: de 2,5% para 2,3%. O recuo foi atribuído ao desempenho mais fraco da economia entre abril e junho, influenciado pelo efeito dos juros básicos elevados.

Mercado e expectativas

No mercado financeiro, os números são ligeiramente diferentes. O Boletim Focus aponta expectativa de 2,16% de crescimento em 2025 e 1,80% para 2026. Já a equipe econômica do governo projeta uma expansão de 2,4% no próximo ano.

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