Bahia amplia frentes econômicas e consolida liderança no Nordeste
Estado diversifica setores com turismo, agro, energia e indústria, mantendo-se como maior economia regional
247 - A Bahia segue firme como a maior economia do Nordeste, concentrando quase 30% do PIB da região e ocupando a sétima posição no ranking nacional, segundo dados do IBGE. O Estado não apenas lidera no turismo, sendo o destino mais procurado da região, como também avança em novas frentes de produção no agronegócio, na indústria, nas energias renováveis e na mineração.
A informação foi publicada pelo Valor Econômico, que destaca a estratégia de diversificação da economia baiana em diferentes setores. Paulo Guimarães, diretor-presidente da BahiaInveste — vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) —, explicou que o agronegócio da região de Matopiba, que engloba partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, cresce de forma acelerada, principalmente com soja, milho e algodão.
Expansão agrícola e novas cadeias produtivas
A produção agrícola, antes concentrada em Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, agora se expande para áreas como Cocos e Jaborandi. Além das culturas tradicionais, a diversificação avança. “A empresa Bem Brasil anunciou investimento em batatas pré-fritas em Jaborandi”, revelou Guimarães. Outro destaque é o fortalecimento do cultivo de cacau no Oeste, com novas técnicas de produção sob sol pleno, em contraste com o tradicional cacau à sombra (cabruca) de Ilhéus.
Energia e indústria impulsionam o Oeste
O leilão de linhas de transmissão de energia entre 2023 e 2024 abriu caminho para um boom industrial na região Oeste. “São unidades de etanol e ração animal de milho”, afirmou Guimarães. Um dos principais empreendimentos é a biorrefinaria da Inpasa, em Luís Eduardo Magalhães, com investimento de R$ 1,3 bilhão. Já a Petrobahia conduz o Projeto Farol, com quase R$ 1 bilhão voltado à produção de biocombustíveis.
Com a infraestrutura energética, cresce também a expectativa de um polo têxtil. “A Bahia tem a segunda maior produção de algodão do Brasil, mas somente agora terá condições de ter indústrias de fiação e tecelagem”, acrescentou o diretor da BahiaInveste.
Potencial do semiárido e do Vale do São Francisco
No Vale do São Francisco, a fruticultura e a viticultura se destacam com uvas, mangas, peras, frutas cítricas, além de vinhos e espumantes, somando-se à produção de etanol de cana. Já no semiárido central, o potencial para projetos de energia eólica e solar cresce de forma expressiva. “A Bahia pretende avançar em energias renováveis para vender produtos com alto valor agregado como hidrogênio verde e fertilizantes, e aplicá-las também à mineração”, destacou Guimarães.
Mineração, petróleo e novas indústrias
A Bahia ocupa a terceira posição nacional na produção de minérios, com destaque para níquel, cobre e vanádio. O setor de petróleo e petroquímica também sustenta a economia do Estado, tendo a Refinaria Mataripe, a segunda maior do país, operada pela Acelen.
Outro marco é a instalação da primeira fábrica da montadora chinesa BYD em Camaçari. Segundo Carlos Henrique Passos, presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), a operação vai evoluir gradualmente. “Inicialmente a BYD monta veículos, mas evoluirá gradualmente para produção local, nacionalizando peças e componentes”, afirmou.
Tecnologia e inovação em Salvador
Na Base Aérea de Salvador, o Parque Tecnológico Aeroespacial busca atrair empresas de defesa, mobilidade aérea e engenharia, fomentando inovação e pesquisa. Esse movimento consolida a Bahia como um polo multifacetado, onde turismo, agricultura, indústria e tecnologia caminham lado a lado para sustentar seu protagonismo econômico.