Associação de supermercados alerta para impacto do tarifaço de Trump: “Momento de atenção e de olhar para dentro”
Márcio Milan diz que sobretaxas dos EUA podem desorganizar o abastecimento no Brasil e defende antecipação da desoneração da cesta básica
247 - O vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Márcio Milan, manifestou preocupação com os possíveis efeitos do pacote de tarifas anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a cadeia de abastecimento brasileira.
Em entrevista concedida nesta quinta-feira (24), Milan alertou que o setor supermercadista está atento aos desdobramentos do “tarifaço”, que pode levar a aumentos expressivos nos custos de importação, com alíquotas podendo ultrapassar 50% para determinados produtos.
Apesar do alerta, o dirigente ponderou que ainda não é possível mensurar com precisão os reflexos sobre a disponibilidade e os preços no mercado interno. “É um momento de atenção e de olhar para dentro. Temos oportunidades de aumentar o consumo das famílias e manter a roda girando, mesmo diante das incertezas externas”, afirmou.
Setor se articula para definir medidas internas e agenda com o governo
Segundo Milan, representantes da cadeia produtiva deverão se reunir novamente nos próximos dias por meio do Fórum Nacional da Cadeia de Abastecimento, para avaliar o cenário e definir um posicionamento conjunto que poderá ser levado ao governo federal. A instância, que já se reuniu em junho, reúne entidades de diversos elos do setor e atua como articuladora de pautas estratégicas nacionais.
Entre as propostas discutidas para mitigar os efeitos negativos está a antecipação da desoneração da cesta básica de alimentos. Para Milan, essa medida poderia contribuir para conter custos e estimular a demanda interna em um momento de incertezas externas.
Impacto pode variar conforme produto e grau de dependência do comércio com os EUA
Ainda que os efeitos do pacote tarifário norte-americano sobre os supermercados brasileiros não estejam totalmente claros, a preocupação é com uma possível ruptura na cadeia de suprimentos — especialmente em segmentos que dependem de insumos ou produtos importados do mercado americano. O setor segue monitorando de perto as negociações comerciais internacionais e os desdobramentos das medidas protecionistas adotadas por Washington.
(Com informações do portal InfoMoney)
