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      Anglo American destaca oferta da MMG como a mais alta na venda de ativos no Brasil

      Mineradora britânica defende o processo competitivo e a boa governança na venda de ativos de níquel à empresa chinesa MMG

      (Foto: Reuters/Dado Ruvic/Illustration)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - A Anglo American afirmou nesta quinta-feira (28) que a oferta da mineradora chinesa MMG para a compra de seus ativos de níquel no Brasil, no valor de US$ 500 milhões, foi a mais alta recebida, destacando-se por ser competitiva e alinhada às melhores práticas de governança corporativa. A venda dos ativos, que inclui unidades em Goiás e projetos em outros estados, foi objeto de uma análise criteriosa, levando em consideração não apenas o valor monetário, mas também as garantias, o histórico operacional da MMG e sua capacidade de gestão a longo prazo.

      Em comunicado oficial, a Anglo American ressaltou que "a MMG é uma empresa de capital aberto, com valor de mercado de aproximadamente US$ 4,7 bilhões e reconhecida como uma operadora segura e responsável, com capacidade financeira e técnica para operar as unidades de produção e desenvolver os projetos". A transação envolve as unidades de produção de níquel Barro Alto e Codemin, localizadas em Goiás, com uma produção anual de 40 mil toneladas, além de dois projetos em desenvolvimento: Jacaré, no Pará, e Morro Sem Boné, no Mato Grosso.

      A Anglo American detalhou que as operações de níquel no Brasil produzem principalmente ferroníquel, utilizado na indústria de aço inoxidável, e não o níquel voltado para baterias de veículos elétricos, como é o caso de outros produtores. 

      A produção total de ferroníquel representa cerca de 15% da produção global, enquanto as reservas e recursos minerais ainda a serem desenvolvidos representam menos de 1% das reservas conhecidas mundialmente.

      No entanto, a transação gerou controvérsias. O Instituto Americano do Ferro e do Aço (AISI) solicitou recentemente ao governo dos Estados Unidos que interviesse junto ao governo brasileiro, alegando que o acordo poderia resultar em um controle ainda maior de Pequim sobre as reservas de minerais críticos. 

      Apesar das preocupações, fontes indicaram ao Valor que o pedido de investigação feito pela Corex Holding, empresa holandesa, no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), não deve avançar. A MMG, como compradora, não possui faturamento no Brasil, o que torna a notificação obrigatória de fusões e aquisições irrelevante para o caso.

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