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Ações chinesas fecham em alta após reação de Pequim ao tarifaço de Trump

Apesar de tensões bilaterais, investidores apostam em medidas econômicas de Pequim e alívio nas tarifas impostas Donald Trump

Bolsa de valores de Shenzen (Foto: Xinhua)
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247 - As ações chinesas continuaram a trajetória de valorização pelo quarto pregão consecutivo nesta sexta-feira (11), impulsionadas por expectativas de novos estímulos econômicos e o otimismo em relação a possíveis avanços nas negociações comerciais com os Estados Unidos. No entanto, o cenário de tensões geopolíticas, especialmente entre China e EUA, segue presente no mercado. as informações são da Bloomberg.

O índice que reúne as ações chinesas listadas em Hong Kong registrou alta de 1,7%, enquanto o CSI 300, que acompanha as ações de maior liquidez nas bolsas de Xangai e Shenzhen, subiu 0,4%. Ambas as movimentações superaram o desempenho de um índice mais amplo das bolsas asiáticas.

Esses ganhos ocorreram após a Casa Branca, na quinta-feira (10), revelar que as tarifas totais sobre a China chegaram a 145%, considerando o imposto adicional de 20% imposto no início do ano — valor que economistas apontam como prejudicial ao comércio entre as duas maiores economias globais. Durante o encerramento do pregão em Hong Kong, a China anunciou que aumentará suas tarifas sobre produtos dos EUA, elevando-as de 84% para 125%.

Esse movimento de alta das ações reflete a confiança do mercado em novos estímulos por parte de Pequim, principalmente após a convocação de uma reunião entre os principais líderes do país, marcada para a próxima quinta-feira, com o objetivo de discutir medidas de apoio à economia. Além disso, cresce a esperança de um possível acordo comercial entre China e EUA, alimentada pela sinalização do presidente Donald Trump de estar disposto a ser “flexível” em relação às isenções tarifárias para empresas e países.

“Estamos vendo um crescimento nas ações com a possibilidade de um alívio nas tensões comerciais, após Trump sugerir que poderia ‘isentar milhares de produtos das tarifas’”, afirmou Steven Leung, diretor executivo da UOB Kay Hian em Hong Kong. “Os investidores também esperam medidas de estímulo por parte da China, em meio a recentes reuniões entre autoridades do país.”

Em uma declaração na quinta-feira, Trump mostrou otimismo ao afirmar que os primeiros acordos comerciais estão “muito próximos” e expressou confiança de que Pequim estará disposta a negociar.

Entretanto, o clima de retaliação permanece acirrado entre os países. Na mesma quinta-feira, Trump anunciou um novo aumento para 125% nas tarifas sobre produtos chineses — um acréscimo que se soma à tarifa de 20% já imposta anteriormente, com justificativa relacionada ao tráfico de fentanil pela China. Na quarta-feira (9), o governo chinês já havia elevado as tarifas de importação dos EUA de 84% para 104%, como resposta à elevação das tarifas por Washington.

Além disso, Pequim afirmou nesta sexta-feira que pretende ignorar qualquer aumento tarifário adicional que venha a ser anunciado pelos EUA, descrevendo as medidas da administração Trump como “uma piada”.

Apesar da valorização das ações chinesas nos últimos dias, o aumento das tensões comerciais gerou um ambiente de cautela entre investidores globais. Três dos maiores ETFs listados nos Estados Unidos, que acompanham ações chinesas, registraram retiradas de quase US$ 1 bilhão na última quarta-feira.

Embora o rali recente tenha sido expressivo, o índice Hang Seng China Enterprises acumula uma queda de 7,4% na semana, o pior desempenho desde outubro de 2022.

O estrategista Chetan Seth, do Nomura Holdings, alertou que um conflito comercial prolongado pode levar as ações chinesas a um desempenho inferior ao das bolsas asiáticas em geral. “Acreditamos que as ações de Hong Kong e China ainda não estão livres de riscos — e devem continuar ficando atrás da região enquanto as tensões comerciais com os EUA aumentam”, afirmou ele em nota na quinta-feira.

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