Rapper apoia Oruam e é acusado de apologia ao Comando Vermelho
O rapper disse que o seu colega 'não é bandido'. Vídeo
247 - O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) iniciou uma investigação, com o objetivo de apurar algumas declarações de Filipe Ret após o rapper declarar apoio ao amigo e colega de profissão, Oruam, que passou 69 dias preso acusado de sete crimes, entre eles tentativa de homicídio e tráfico de drogas - é filho de Marcinho VP, um dos principais líderes da facção criminosa Comando Vermelho (CV).
Ao demonstrar apoio ao colega, Ret se apresentava em um festival The Town, no Autódromo de Interlagos, em setembro deste ano. “Liberdade ao Oruam, porra. MC não é bandido”, disse o cantor no palco do festival.
De acordo com o Metrópoles, a investigação contra Filipe Ret começou após denúncia feita pela vereadora da cidade de São Paulo Amanda Vettorazzo (União Brasil). “É inadmissível ele usar o espaço público da cidade de São Paulo para pedir liberdade de um bandido, já que o Oruam estava preso na ala do Comando Vermelho”, afirmou.
Chacina
Os cerca de 2.500 agentes conseguiram deter 10 menores acusados de envolvimento em crimes, durante a ação contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos da Penha e do Alemão, zona norte do município do Rio de Janeiro.
Policiais prenderam pelo menos 113 pessoas. Também foram apreendidos 91 fuzis, 26 pistolas, 1 revólver apreendidos e 1 tonelada de drogas apreendida.
Nascido na década de 70, o Comando Vermelho é a principal facção criminosa do Brasil ao lado do Primeiro Comando da Capital (PCC), que surgiu no estado de São Paulo. Atualmente, o CV conta com forte poderio econômico e tem ramificações em mais de 20 estados brasileiros.
Declarações de Oruam
Além dos crimes de tentativa de homicídio e tráfico de drogas, Oruam foi acusado de mais cinco ilegalidades - associação para o tráfico, ameaça, lesão corporal, resistência, dano e desacato.
O rapper Oruam voltou a circular nas redes sociais esta semana após criticar a chacina que resultou em 121 mortes na zona norte do município do Rio, sendo a ação policial mais letal da história do estado do Rio.
"No Brasil, a política que mais vende é de matar bandido. Eu sou reflexo da sociedade, meu pai é reflexo da sociedade e o bandido que está apontando pistola e fuzil também é reflexo da sociedade", apontou, se referindo a Marcinho VP, ex-líder do tráfico no Rio, preso há quase 30 anos.
"O crime não está só nas favelas, o crime está no governo, nas câmeras, em Brasília. O favelado é só o reflexo da sociedade", acrescentou o músico em postagem publicada no Instagram.
A defesa de Oruam negou que ele tenha cometido crimes. Quando se entregou à polícia em julho, ele pediu desculpas e afirmou que iria "dar a volta por cima". "Só pedir desculpa mesmo. Dizer que eu amo muito meus fãs. Eu vou dar a volta por cima, tropa. Estou com Deus e tá tranquilão. Sou forte!", disse à imprensa.

