Atriz Berta Loran morre aos 99 anos no Rio
Com trajetória marcada por programas icônicos, a atriz polonesa naturalizada brasileira brilhou no teatro, cinema e televisão
247 - A atriz Berta Loran morreu na noite de domingo (28), aos 99 anos, em um hospital particular localizado em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Nascida em Varsóvia, na Polônia, ela desembarcou no Brasil ainda criança e se consolidou como um dos grandes nomes do humor nacional, com mais de sete décadas de carreira.
A informação foi divulgada pelo g1, que destacou a importância de sua trajetória artística, marcada por atuações memoráveis em programas humorísticos da TV Globo, novelas, teatro e cinema.
Uma carreira consagrada na televisão
Berta Loran iniciou sua trajetória na TV Globo em 1966 e logo se tornou presença constante em atrações humorísticas de sucesso. Passou por produções como Riso Sinal Aberto (1966), Balança Mas Não Cai (1968), Faça Humor, Não Faça Guerra (1970), Satiricom (1973), Planeta dos Homens (1976) e, mais tarde, Escolinha do Professor Raimundo (1990) e Zorra Total (1999). Também integrou o elenco de A Grande Família em 2012.
Além do humor, deixou sua marca em novelas importantes, como Amor com Amor se Paga (1984), Cambalacho (1986), Cama de Gato (2010), Ti-Ti-Ti (2011), Cordel Encantado (2011) e A Dona do Pedaço (2019).
Humor como essência de vida
Em entrevista ao Memória Globo, a atriz revelou como enxergava o papel do riso em sua vida e carreira. “Você pode perder apartamento, joia, dinheiro, e até um grande amor – 30 anos depois, quando você o reencontra, dará graças a Deus que o perdeu. Agora, o humor não pode ser perdido. Humor é tudo na vida”, afirmou.
Essa paixão pelo humor veio de família. Batizada como Basza Ajs, nasceu em Varsóvia em 23 de março de 1926 e, ao chegar ao Brasil, adotou o nome artístico Berta. Seu pai, alfaiate e ator, se apresentava para a comunidade judaica, o que a aproximou desde cedo do universo artístico.
O primeiro riso no palco
O início de sua trajetória nos palcos aconteceu aos 14 anos, em uma experiência que marcou sua vida. “Eu sempre fui trapalhona, traquina, sapeca, danada. Com 14 anos, botei o salto alto da minha mãe e subi no palco. Quebrei o salto e saí mancando. O povo começou a rir. E eu gostei! Pensei comigo: ‘o bom é fazer rir’”, recordou.
Com esse espírito irreverente, Berta Loran construiu uma carreira sólida e versátil, se tornando símbolo de leveza e alegria para gerações de brasileiros. Sua partida deixa um vazio na dramaturgia e no humor nacional, mas seu legado permanecerá vivo na memória cultural do país.