Sebrae lança selo que certifica negócios protetivos para a COP30
Iniciativa do Sebrae e Instituto Mondó reconhece empreendimentos de Belém que unem geração de renda e proteção de mulheres e crianças durante a conferência
247 - O Sebrae Nacional, em parceria com o Instituto Mondó, abriu as inscrições para o Selo Negócio Protetivo COP30, uma certificação voltada a empreendimentos de Belém (PA) que desejam unir geração de negócios e responsabilidade social durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que acontecerá entre os dias 10 e 21 de novembro. As informações são do Sebrae Nacional.
De acordo com Mayara Pimentel, líder das ações COP30 na unidade de Empreendedorismo Feminino, Diversidade e Inclusão do Sebrae, o objetivo do selo é fortalecer o empreendedorismo comprometido com causas sociais.
“Com o selo, queremos ir além de fomentar o empreendedorismo sustentável, mas contribuir para uma mudança social necessária, na qual os pequenos negócios podem ser instrumentos de transformação na sociedade como um todo”, afirma.
A iniciativa integra o movimento Negócio Protetivo COP30, que busca formar uma rede de empreendedores comprometidos com a proteção de mulheres e crianças em contextos de grande circulação de pessoas — como é o caso da conferência climática. A certificação será concedida a negócios que adotarem práticas de prevenção, acolhimento e encaminhamento em situações de violência sexual e outras violações de direitos.
Parceria com o Instituto Mondó
Segundo Carolina Maciel, diretora executiva do Instituto Mondó, a organização atua como parceira executora do Sebrae na mobilização e qualificação dos empreendedores que receberão o selo.
“O Instituto Mondó é a Organização da Sociedade Civil parceira do Sebrae Nacional na execução do projeto. Nosso papel é mobilizar e qualificar os empreendedores paraenses que terão seus negócios reconhecidos como protetivos”, explica.
Ela detalha que os empreendimentos certificados terão recebido formação específica para identificar, acolher e encaminhar casos em que mulheres, crianças ou adolescentes estejam em risco.
“Esse é o principal objetivo do selo”, reforça Carolina.
A diretora do Instituto Mondó também destacou o impacto da COP30 sobre a cidade. Segundo ela, o evento deve reunir entre 50 mil e 70 mil pessoas em Belém, ampliando as oportunidades econômicas, mas também exigindo maior atenção às redes de proteção.
“Um evento desse porte é uma grande oportunidade para o turismo e o desenvolvimento local, mas também traz o risco de aumento das violações de direitos. Por isso, precisamos fortalecer a rede de garantias. O cidadão tem um papel essencial nesse processo — e o empreendedor pode ser um agente importante de proteção”, complementa.
Capacitação e certificação
Para Mayara Pimentel, o selo representa não apenas um compromisso social, mas também uma vantagem estratégica para os empreendedores.
“É um reconhecimento positivo para atrair clientes, sobretudo de mulheres e famílias, que são aliados dessa causa, sem contar que o empreendimento integra um movimento maior, de uma rede protetiva.”
Podem participar pequenos e médios empreendimentos que terão papel relevante durante a COP30 — entre eles bares, restaurantes, hotéis, pousadas, lanchonetes, aplicativos de transporte, comércio ambulante, guias turísticos, empresas de catering, limpeza e logística, além de iniciativas de turismo comunitário e gastronomia amazônica.
Os interessados deverão preencher um formulário de inscrição, passar por análise de perfil e assinar o Termo de Compromisso Protetivo. Em seguida, participarão de uma capacitação prática dividida em três módulos sobre direitos humanos, combate à violência sexual e protocolos de acolhimento.
Após o treinamento, cada negócio deverá implementar um checklist de boas práticas e nomear pontos focais internos para replicar o conhecimento entre os colaboradores. Os estabelecimentos certificados receberão sinalização oficial — incluindo display, adesivo ou placa, além de um badge digital com QR code que permitirá ao público confirmar online a adesão ao movimento.
Responsabilidade social e legado
O Selo Negócio Protetivo COP30 também se destaca como um diferencial competitivo para as empresas participantes, fortalecendo a reputação e ampliando a confiança dos consumidores. Além de contribuir para ambientes mais seguros, a certificação pode abrir portas em compras públicas e privadas, alinhando os negócios às práticas de turismo responsável e ESG (Ambiental, Social e Governança).
“Os donos de pequenos negócios vão ter a oportunidade de adquirir conhecimentos que permanecerão após a conferência climática”, observa Mayara Pimentel.
Ela avalia que o selo é uma inovação no campo do empreendedorismo sustentável.
“Com isso, o Sebrae sai na vanguarda para garantir que a pequena economia seja incluída dentro desse processo.”
Carolina Maciel reforça que o trabalho conjunto entre organizações locais será fundamental para deixar um legado de proteção social.
“A Mondó está nesse papel enquanto organização local, junto com outras instituições, para construir esse ecossistema protetivo, essa rede de garantias. Negócios que cuidam de mulheres e crianças não apenas ganham em reputação, mas ajudam a deixar um legado de proteção para além da COP30”, conclui.