Itaipu apresenta recuperação da Mata Atlântica na COP30

247 - A Itaipu Binacional vai apresentar um dos trabalhos de conservação e recuperação de biomas mais duradouros do Brasil durante a COP30, em Belém. Segundo informações da própria empresa, mais de 100 mil hectares da Mata Atlântica estão preservados na região de fronteira entre Brasil e Paraguai, reconhecida pela Unesco como área núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.

A proteção dessas matas é resultado de cerca de quatro décadas de esforços da hidrelétrica, que serão compartilhados em eventos paralelos promovidos pela Itaipu nas Zonas Azul e Verde da conferência, além de seu estande na Zona Verde. A iniciativa envolve desde a restauração de áreas degradadas até programas de conservação que integram comunidades locais e pesquisa científica.

Somente no Brasil, 40 mil hectares foram preservados e grande parte foi restaurada, destaca Veridiana da Costa Pereira, gerente da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu. “Quando da implantação da Itaipu, uma porção considerável do território na margem brasileira já estava ocupada pela agropecuária. Por isso, foi necessário um trabalho gradual de restauração da cobertura florestal para se atingir o resultado esperado: a formação de um cinturão verde para proteção do reservatório”, afirmou a engenheira florestal.

Desde 1979, a empresa plantou mais de 24 milhões de árvores na faixa de proteção do reservatório e em áreas adjacentes, em um dos processos de restauração mais longevos do país. A atuação também se estende à bacia hidrográfica do rio Paraná, com um estudo de 2024 conduzido pela Universidade Federal do ABC, em parceria com Itaipu e o Itaipu Parquetec, comprovando que 73 mil hectares foram restaurados, ampliando a conectividade da paisagem.

Para viabilizar o plantio, a Itaipu mantém viveiros de mudas nativas da Mata Atlântica, como o do Refúgio Biológico Bela Vista, em Foz do Iguaçu (PR), que produz cerca de 350 mil mudas por ano. Essas plantas são utilizadas na manutenção das áreas protegidas e também doadas para municípios do Paraná e Mato Grosso do Sul.

Veridiana da Costa Pereira ressalta que essas áreas formam uma infraestrutura verde que protege o reservatório do assoreamento e contribui para prolongar sua vida útil, estimada em 194 anos. “Mais do que a conservação da Mata Atlântica, as áreas protegidas da Itaipu geram serviços ecossistêmicos que beneficiam as comunidades rurais e urbanas do Paraná e do Mato Grosso do Sul, além de conectar importantes unidades de conservação como o Parque Nacional do Iguaçu e o Parque Nacional de Ilha Grande, Reservas do Patrimônio Particular Natural e fragmentos espalhados pelas propriedades agrícolas e matas ciliares dos rios”, afirmou.

A faixa de proteção do reservatório se estende por 2,9 mil km entre Brasil e Paraguai, com largura média de 208 metros. Além da preservação, as áreas abrigam pesquisas em parceria com universidades brasileiras sobre restauração florestal, reprodução da fauna, interações ecológicas e balanço de carbono.

O diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, destaca a importância dessa experiência ambiental: “Essa infraestrutura verde que a Itaipu construiu comprova o nexo entre preservação das florestas e a conservação dos recursos hídricos. Toda a pesquisa e monitoramento que a empresa faz demonstra que a biodiversidade contribui para a conservação da água e, portanto, para ter mais resiliência à mudança do clima”.

Com 20 unidades geradoras e capacidade instalada de 14 mil megawatts, Itaipu Binacional é uma das maiores produtoras mundiais de energia elétrica renovável, com mais de 3 bilhões de megawatts-hora gerados desde 1984. Além da geração de energia, a empresa atua em projetos de sustentabilidade, inovação e desenvolvimento social nas regiões onde está presente.