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Financiamento e transição energética guiam agenda da COP30 em Belém

Cúpula do Clima, que acontece nos dias 6 e 7 de novembro, já reúne 143 delegações e busca alinhar compromissos e preparar negociações para a COP30

Embaixador André Corrêa do Lago defende transição energética ao participar do Diálogo da Indústria - Combustíveis Sustentáveis ​​na COP30. (Foto: Rafa Neddermeyer/COP30)

247 - O financiamento da preservação de florestas tropicais, como a Amazônia, será um dos eixos centrais da Cúpula do Clima de Belém (COP30), marcada para os dias 6 e 7 de novembro. As informações foram apresentadas em Brasília, durante coletiva com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, a CEO da COP30, Ana Toni, e o secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, embaixador Maurício Lyrio.

O encontro entre líderes mundiais prepara o terreno para a COP30, que terá o Brasil como país-anfitrião e terá Belém, capital do Pará, como sede. A Amazônia foi escolhida para destacar a importância da maior floresta tropical do mundo no equilíbrio climático e na sustentabilidade global. “A intenção é que não negligenciemos algo que pode significar a destruição das condições em que a vida nos foi dada”, afirmou Marina Silva, reafirmando o compromisso do Brasil com o desmatamento zero até 2030 e com uma transição energética justa.

O embaixador André Corrêa do Lago destacou que 75% da Amazônia é urbana, um aspecto pouco conhecido internacionalmente. “O mundo e o próprio Brasil vão entender melhor a região por meio da presença de especialistas, estudantes e comunidades locais durante a COP30. Isso vai mudar a percepção global sobre o que é a Amazônia hoje”, disse ele.

Segundo as autoridades brasileiras, o país vem implementando um plano de transformação ecológica, com ênfase no uso de combustíveis de transição, como o biodiesel, e no avanço de energias limpas. Além disso, a agenda climática busca ser justa, considerando os mais vulneráveis. Atualmente, quase 1.942 municípios enfrentam emergência climática permanente devido a secas, enchentes e outros fenômenos extremos, evidenciando a necessidade de políticas de adaptação e resiliência.

O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) também recebeu destaque. Criado pelo Brasil, o mecanismo permitirá o repasse de recursos internacionais para a proteção de florestas tropicais. “É uma arquitetura que nasceu no Ministério do Meio Ambiente, com o apoio da Fazenda e do Itamaraty, e já conta com os primeiros aportes do Brasil e da Indonésia. O TFFF destinará 20% dos recursos diretamente a povos indígenas e comunidades locais”, explicou Marina Silva.

O embaixador André Corrêa do Lago reforçou o caráter inovador do fundo. “O TFFF nasceu da visão dos países que possuem a floresta e entendem seu valor. É uma contribuição extraordinária, que dá protagonismo a quem mais sabe conservar”, afirmou.

Com relação à organização da COP30, o embaixador Maurício Carvalho Lyrio informou que já há confirmação de 143 delegações. Embora o evento não tenha caráter deliberativo, ele é considerado essencial para articular compromissos globais e preparar as negociações que ocorrerão durante a cúpula.

Marina Silva resumiu a missão do Brasil no encontro. “A COP30 na Amazônia é um chamado à consciência global. O Brasil quer mostrar que é possível crescer, proteger e inspirar o planeta”, concluiu.