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Estatais assumem protagonismo na transição para economia verde

Encontro global no Rio de Janeiro, organizado pelo MGI e Petrobras, debateu o papel estratégico das empresas públicas nas ações climáticas rumo à COP30

Estatais assumem protagonismo na transição para economia verde (Foto: Agência Brasil )

247 - O papel estratégico das empresas estatais na transição para uma economia sustentável foi o tema central do Encontro Global sobre Empresas Estatais e Ação Climática, realizado nesta semana no Rio de Janeiro. A informação é do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), que organizou o evento em parceria com a Petrobras, dentro da agenda preparatória para a COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que ocorrerá em Belém, em 2025.

Marcado por uma ampla diversidade de perspectivas e experiências, o encontro reuniu representantes de governos, instituições financeiras, empresas públicas, universidades, movimentos sociais e organizações internacionais. As discussões giraram em torno de diagnósticos e propostas que podem fortalecer a ação climática a partir da atuação das estatais e de sua capacidade de indução econômica e social.

“Discutir o papel das estatais na ação climática é discutir o futuro do desenvolvimento. São elas que têm capacidade de liderar a transformação rumo a uma economia mais verde, resiliente e inclusiva”, afirmou Elisa Leonel, secretária de Coordenação e Governança das Empresas Estatais do MGI, durante o evento.

Cooperação global e exemplos de inovação

A programação incluiu a participação de ministérios e órgãos públicos do Brasil, como os de Gestão e Inovação, Meio Ambiente e Mudança do Clima, Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, e Fazenda. Também estiveram presentes representantes do Ministério da Fazenda da Alemanha, do Sistema de Empresas Públicas do Chile e do Bureau de Responsabilidade Social do Conselho de Estado da China, destacando o caráter internacional e colaborativo da iniciativa.

Entre as empresas públicas brasileiras, participaram o Banco do Brasil, BNDES, Caixa Econômica Federal, Conab, Embrapa, Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Itaipu Binacional e Petrobras. De outros países, estiveram presentes a Petronas, da Malásia, e o Bancóldex, banco de desenvolvimento empresarial da Colômbia.

Essas instituições compartilharam experiências sobre financiamento verde, inovação tecnológica, segurança alimentar, energia limpa e gestão ambiental, temas considerados essenciais para a construção de uma economia de baixo carbono.

Academia e sociedade civil em diálogo

O encontro também contou com a presença de pesquisadores e entidades associativas, como a Federação Única dos Petroleiros (FUP), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Instituto Alemão de Desenvolvimento e Sustentabilidade, a Universidade de Massachusetts (EUA), a Universidade Sciences Po (França), a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) e a Open Society Foundations (OSF).

A presença desses atores reforçou a importância de articular políticas públicas, produção científica e participação social para garantir que a transição ecológica seja também socialmente justa.

Rumo à COP30

Ao fim do encontro, ficou evidente que as empresas estatais têm papel fundamental na implementação de políticas de sustentabilidade, tanto pelo seu poder de investimento quanto pela capacidade de orientar o setor produtivo em direção a uma economia verde.

As conclusões e recomendações debatidas no Rio de Janeiro devem compor um conjunto de contribuições brasileiras para a COP30, que será realizada em Belém, no Pará, e deverá consolidar o protagonismo do Brasil nas negociações internacionais sobre o clima.