Comitê científico do Consórcio Nordeste apresenta diagnóstico climático e inicia plano de ação regional
Relatório entregue durante a COP Nordeste e ICID mapeia ações em todos os estados e busca alinhar políticas à estratégia nacional de enfrentamento
247 - O Comitê Científico de Monitoramento e Enfrentamento das Mudanças Climáticas do Consórcio Nordeste deu nesta quinta-feira (18), penúltimo dia da COP Nordeste e da 3ª Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento no Semiárido (ICID), um passo decisivo rumo à integração regional contra a crise climática. Segundo informações divulgadas pela organização do evento, o grupo apresentou um diagnóstico inédito sobre os avanços e desafios dos nove estados da região, estabeleceu compromissos comuns e iniciou a definição de uma agenda prática de implementação.
O relatório, fruto de um trabalho colaborativo entre pesquisadores e gestores, reúne informações sobre ações e estruturas de governança climática já em funcionamento em cada estado nordestino. A proposta é que o documento sirva de guia para orientar políticas públicas e investimentos futuros, reforçando a ciência como base para a tomada de decisões estratégicas.
Em um momento simbólico, a professora Suzana Montenegro, diretora presidenta da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC) e integrante do Comitê, entregou oficialmente o relatório ao coordenador da Câmara Temática de Ciências do Consórcio Nordeste, professor Fábio Guedes, que também preside a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (FAPEAL).
Integração e planos conjuntos
Os debates do Comitê giraram em torno da necessidade de fortalecer a cooperação federativa e alinhar as políticas estaduais às diretrizes nacionais. Entre os pontos destacados esteve o Plano Clima, que busca orientar os estados em eixos de mitigação e adaptação, em sintonia com a estratégia do Governo Federal.
Durante sua fala, Suzana Montenegro ressaltou que o desafio exige articulação entre múltiplos atores. “É preciso trazer junto dessa agenda da emergência climática os municípios, as organizações da sociedade civil, a academia, e claro, os governos estaduais em sintonia com o Governo Federal”, afirmou.
Da teoria à prática
Com base no diagnóstico e nos encontros recentes em Brasília, o Comitê iniciou a formulação de uma agenda de ação concreta. Os estados saíram da COP Nordeste com a tarefa de consolidar um plano efetivo de implementação — etapa que, segundo Suzana, representa “a parte mais desafiadora”.
A expectativa é que as deliberações e o documento final consolidem a posição do Nordeste como referência em governança climática cooperativa e baseada em ciência, tanto no cenário nacional quanto internacional.
A COP Nordeste e a 3ª Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento no Semiárido (ICID) ocorrem de 15 a 19 de setembro, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza. Os eventos são realizados pelo Governo do Ceará e pelo Consórcio Nordeste, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).