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BRICS aprovam primeira recomendação conjunta de financiamento climático antes da COP30

Documento inédito, aprovado em Brasília, propõe reformas nos bancos multilaterais e mobilização de capital privado para países do Sul Global

As embaixadoras Tatiana Rosito, do Ministério da Fazenda, e Liliam Chagas, do Itamaraty, presidiram a Reunião de Alto Nível do BRICS sobre Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável na quarta-feira, 28 de maio, onde foram aprovados cinco documentos. (Foto: Isabela Castilho/BRICS Brasil/COP30)
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247 - Os países que compõem o BRICS aprovaram, pela primeira vez, uma recomendação conjunta sobre financiamento climático. O texto, chamado de Declaração-Quadro dos Líderes do BRICS sobre Financiamento Climático, foi chancelado por vice-ministros das nações-membro durante a Reunião de Alto Nível sobre Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável, realizada em Brasília. A proposta será apresentada aos chefes de Estado durante a cúpula do bloco, com expectativa de influenciar as negociações da COP30, marcada para novembro, no Brasil.

A embaixadora Tatiana Rosito, secretária de Relações Internacionais do Ministério da Fazenda, destacou o caráter inédito da iniciativa: “Pela primeira vez, haverá um documento que norteia a ação comum e coletiva dos BRICS na área de finanças climáticas, incluindo, por exemplo, reformas nos bancos multilaterais, aumento do financiamento concessional, mobilização de capital privado e outros aspectos regulatórios que garantam que os fluxos financeiros cheguem aos países em desenvolvimento.”

O documento propõe caminhos para atrair investimentos em ações climáticas nos países do Sul Global, além de contribuir para o desenvolvimento do chamado Roteiro Baku-Belém. O plano busca mobilizar cerca de US$ 1,3 trilhão até 2035 para financiar iniciativas sustentáveis em nações em desenvolvimento.

Outro avanço discutido no encontro foi o início das negociações sobre a contabilização de carbono — a mensuração da pegada de carbono de produtos e setores. A embaixadora Liliam Chagas, diretora de Clima do Itamaraty, explicou que a proposta busca compreender os impactos dessa prática na competitividade e no comércio exterior dos países do grupo. Ela também ressaltou os avanços recentes da cooperação climática no bloco.

“Este é apenas o segundo ano em que os países do BRICS debatem as mudanças climáticas. Pelo segundo ano consecutivo, como um novo grupo e um novo fórum de discussão, alcançamos, sob a liderança brasileira, cinco resultados climáticos, tornando este grupo um dos mais dinâmicos sob a presidência brasileira”, afirmou.

Além disso, foi anunciado o futuro lançamento de um laboratório do BRICS dedicado à análise de medidas climáticas que impactam o comércio internacional. O espaço deve funcionar como um centro de estudo e planejamento estratégico, auxiliando os países a adaptar suas cadeias produtivas às novas exigências ambientais do mercado global.

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