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BNDES, UFPA e Instituto Cultural Vale entregam primeira etapa do restauro do Conjunto Mercedários em Belém

Com investimento de R$ 49,4 milhões, complexo histórico sediará a Casa BNDES na COP30 e se tornará espaço cultural, acadêmico e científico da UFPA

BNDES apoiou o projeto do Mercedários com R$ 36,3 milhões não reembolsáveis do BNDES Fundo Cultural (Foto: Rafael Silva/BNDES)

247 - O Conjunto Mercedários, um dos maiores e mais antigos complexos arquitetônicos da Amazônia, ganhou nova vida nesta quinta-feira (2) com a entrega da primeira etapa de sua restauração. A obra é fruto de uma parceria entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Universidade Federal do Pará (UFPA) e o Instituto Cultural Vale, e contou com investimento total de R$ 49,4 milhões. A informação foi divulgada pelo próprio BNDES.

Do valor total, R$ 36,3 milhões foram aportados pelo Fundo Cultural do banco, em recursos não reembolsáveis. O restante veio de contrapartidas do Instituto Cultural Vale, da UFPA e da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa). Além de devolver à cidade um patrimônio histórico do século XVII, o espaço terá papel estratégico durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), marcada para novembro em Belém. O complexo abrigará a Casa BNDES, com programação cultural, oficinas, cinema e experiências imersivas.

Na cerimônia de entrega, estiveram presentes o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a diretora socioambiental do banco, Tereza Campello, o reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, e o diretor-presidente do Instituto Cultural Vale, Hugo Barreto. Durante o evento, Mercadante e Campello receberam da Câmara Municipal o título de “Cidadão de Belém”.

“Nos últimos dois anos e meio, o BNDES emprestou R$ 14,2 bilhões de reais para o Pará. Na cidade de Belém, temos financiamento de R$ 1,5 bilhão em parceria com o governo paraense. Não são obras só para a COP30: financiamos, por exemplo, as obras de macrodrenagem nas áreas alagadas, que são habitadas pelos mais pobres”, afirmou Mercadante.

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A diretora Tereza Campello destacou o caráter democrático do projeto. “Este patrimônio não era acessível ao povo de Belém. Estamos orgulhosos no BNDES de ser um dos principais financiadores do restauro de um território histórico, vivo”, disse.

O diretor-presidente do Instituto Cultural Vale, Hugo Barreto, ressaltou a importância do legado deixado pelo restauro. “Quando falamos em legado da COP, não é só o que se constrói para a conferência, mas a aceleração que ela provoca em Belém, em todo o país. O que vemos aqui é o resultado de muitos talentos e parceiros, reunidos na missão de devolver o patrimônio histórico e cultural”, afirmou.

Já o reitor da UFPA destacou o papel acadêmico do espaço. “Este espaço tem significado especial: é uma universidade, onde mais de 70% dos nossos alunos vêm da escola pública, e é uma escola de restauração. Aqui, há um curso em que os trabalhos de conclusão são sobre o patrimônio histórico local. Ver o Mercedários a serviço dos habitantes de Belém não tem preço”, disse Gilmar Pereira da Silva.

Durante a cerimônia, Mercadante ainda propôs que a universidade resgate a memória de Pedro Teixeira, explorador e militar português do século XVII responsável por consolidar o domínio português na Amazônia.

O restauro do Conjunto Mercedários faz parte do programa “Resgatando a História”, do BNDES, que apoia projetos de recuperação do patrimônio histórico e de acervos memoriais em todo o Brasil. O espaço, além de abrigar atividades culturais, contará com a nova Galeria de Arte da UFPA (GAU), uma livraria da Editora da UFPA, o Museu de Ciências do Patrimônio Cultural, atividades da Escola de Música da universidade e um auditório para 175 pessoas.

Construído originalmente em 1640 e refeito em 1748, o conjunto reúne a Igreja de Nossa Senhora das Mercês e o antigo Convento dos Mercedários, hoje unidade da UFPA. Localizado no centro histórico de Belém, o Mercedários é considerado um dos mais importantes conventos coloniais da região e peça fundamental na preservação da memória amazônica.

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