‘Banquetaço’ na COP 30 servirá marmitas com comida da agricultura familiar
Ação do MTST e de movimentos sociais vai distribuir refeições agroecológicas na Cúpula dos Povos em Belém
247 - Mais de 300 indígenas e ativistas do movimento social estão a caminho de Belém, no Pará, levando toneladas de alimentos da agricultura familiar para o “banquetaço” da COP 30. A iniciativa integra o projeto Cozinhas Solidárias, criado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). O evento ocorrerá no dia 16 de novembro, durante a Cúpula dos Povos, e deve reunir milhares de representantes de comunidades tradicionais, quilombolas, povos indígenas e movimentos sociais de todo o país.
De acordo com informações do jornal O Globo, a ação faz parte da mobilização da “Caravana da Resposta”, embarcação que partiu de Santarém no dia 8 de novembro levando alimentos agroecológicos e manifestantes do Mato Grosso. O barco transporta centenas de quilos de comida produzida por agricultores familiares e integrantes da Aliança Chega de Soja, idealizadora da caravana.
Segundo Pedro Charbel, coordenador da Aliança, o objetivo é garantir a alimentação de milhares de pessoas que participarão do evento. “O MTST está liderando este processo dentro da Cúpula dos Povos para garantir a alimentação de sete a dez mil pessoas dia e noite. Grande parte desta comida está vindo da agroecologia e da agricultura familiar, sendo a outra parte resultado do esforço da Comissão de Sistemas Alimentares da Cúpula, através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do governo federal”, afirmou.
O cardápio das marmitas será composto por produtos orgânicos e locais, refletindo o compromisso com a soberania alimentar — conceito que defende o direito das comunidades de produzirem e consumirem alimentos saudáveis, de forma sustentável e justa.
As Cozinhas Solidárias, criadas pelo MTST durante a pandemia, surgiram para enfrentar a fome em momentos de crise e emergência. Presentes atualmente em 14 estados com 58 unidades, já distribuíram oito milhões de marmitas e cinco milhões de quilos de alimentos. “São espaços não só para matar a fome, mas para criar vínculos comunitários, importantes para a esperança de mudança”, disse Charbel.
Durante a Cúpula dos Povos, também será realizada uma assembleia com foco em territórios livres e soberania alimentar, reforçando a ligação entre justiça social, ambiental e climática. “Uma vitória importante para conectar essa luta da cidade, do campo, da floresta e das periferias. Hoje no Brasil, quem põe comida na mesa é a agricultura familiar”, concluiu Pedro Charbel.


