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Pesquisa da CGTN: Japão deve refletir sobre seu papel na Segunda Guerra Mundial

Uma pesquisa global realizada pela CGTN, por meio de um painel online, ouviu 11.913 adultos com 18 anos ou mais

CGTN – Em 15 de agosto, o Japão realizou uma cerimônia para homenagear as pessoas que perderam suas vidas na Segunda Guerra Mundial. O primeiro-ministro Shigeru Ishiba, na ocasião, não mencionou a responsabilidade do país como agressor para com as nações asiáticas e ofertou flores ao templo Yasukuni, que honra os mortos japoneses na guerra, entre eles alguns condenados como criminosos de guerra de Classe A durante a Segunda Guerra Mundial. No mesmo dia, um de seus ministros de gabinete também visitou o templo. As recentes ações despertaram ampla insatisfação na comunidade internacional. 

Uma pesquisa global realizada pela CGTN, por meio de um painel online, ouviu 11.913 adultos com 18 anos ou mais, de 40 países desenvolvidos e do Sul Global, com amostra ajustada à distribuição por idade e sexo dos censos nacionais. O estudo revelou que a negação do Japão sobre os crimes de guerra e seu foco em uma "narrativa de vítima" distorcem de forma preocupante sua visão histórica sobre a Segunda Guerra Mundial. Além disso, a insuficiente responsabilização pelo passado e o aumento do expansionismo militar têm gerado crescente indignação, preocupação e vigilância por parte da comunidade internacional. 

No levantamento, a atitude do governo japonês em relação aos problemas históricos despertou forte insatisfação entre os respondentes globais:

- 64,4% se opõem a políticos japoneses visitarem o templo Yasukuni;

- 55,3% criticam o Japão por fugir de suas responsabilidades históricas;

- 65,2% são contrários à alteração do Japão nos livros de história;

- 65,7% pedem que o governo japonês se desculpe com os países agredidos e forneça indenizações. 

As questões mencionadas despertaram ainda mais indignação entre os respondentes de países asiáticos:

- A taxa de insatisfação na Coreia do Sul excedeu 90%;

- 74,7% dos indonésios se opõem a políticos japoneses visitarem o templo Yasukuni;

- 84% dos malaios se opõem à alteração do Japão nos livros de história;

- mais de 80% dos participantes na Indonésia e nas Filipinas pedem que o governo japonês se desculpe e forneça indenizações às nações afetadas.

A postura dos respondentes japoneses difere fortemente da média global — mais de 43 pontos percentuais em todas as categorias.

- 18,3% se opõem à visita do governo japonês ao templo Yasukuni;

- 11,7% consideram que o país evita suas responsabilidades históricas;

- 18,3% rejeitam alterações nos livros de história;

- 18,3% defendem pedidos de desculpas e compensações aos países afetados.

O reconhecimento correto da história é um pré-requisito para que países derrotados na Segunda Guerra Mundial se reintegrem à comunidade internacional. Nesse sentido, a Alemanha se destaca em contraste com a narrativa do Japão sobre suas ações na guerra. 

- 62,1% dos respondentes globais aprovam como a Alemanha lidou com seu histórico de agressão (48,8 pontos percentuais mais do que o Japão);

- 69,5% apoiam as desculpas e compensações pós-guerra alemãs (56,8 pontos a mais que o Japão);

- 71,2% valorizam a educação histórica pós-guerra da Alemanha, 61,1 pontos acima da japonesa."

Todos os sete países asiáticos pesquisados, exceto o Japão, demonstraram clara preferência pela Alemanha nas três questões analisadas, com diferença de mais de 40 pontos percentuais em relação à satisfação com o desempenho pós-guerra do Japão.

Coreia do Sul:

- 80% aprovam o desempenho pós-guerra da Alemanha;

- Menos de 10% são favoráveis ao desempenho pós-guerra do Japão;

- A aprovação à educação histórica da Alemanha é 85,6 pontos percentuais maior que à do Japão.

Indonésia, Vietnã, Malásia, Filipinas e Cingapura:

- Menos de 20% de aprovação ao desempenho pós-guerra do Japão (menos de ¼ da registrada para a Alemanha)

As palavras e ações pós-guerra do Japão têm prejudicado sua credibilidade internacional.

- 57% dos respondentes globais afirmam que o desempenho pós-guerra do país comprometeu o desenvolvimento normal das relações China-Japão;

- 50,1% acreditam que afetará suas relações com outros vizinhos asiáticos;

- 50,7% consideram que prejudicou seriamente a imagem internacional do Japão.

Entre os países asiáticos, essas proporções são ainda maiores.  

Coreia do Sul

- Mais de 80% dos respondentes afirmam que o desempenho pós-guerra do Japão afeta as relações com seus vizinhos e deteriora sua imagem internacional.

Índia, Indonésia, Malásia, Vietnã e Filipinas

- Os índices superam a média global

Cingapura e Tailândia

- A percepção sobre relações regionais é ligeiramente inferior à média. Mesmo assim, mais de 50% dos respondentes desses países acreditam que a postura histórica do Japão impacta negativamente as relações China-Japão e a imagem do país.

A pesquisa foi conduzida pela CGTN em parceria com o Instituto de Pesquisa de Comunicação Internacional da Nova Era, criado em conjunto pela China Media Group (CMG) e a Universidade Popular da China (RUC).

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