Colocar em primeiro lugar o povo é o caminho para o desenvolvimento urbano, diz diretora-executiva do ONU-Habitat
Rossbach lembrou que a China tirou 800 milhões de pessoas da pobreza
CGTN – Fundado em 1978, o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) visa promover cidades sustentáveis do ponto de vista social e ambiental, com o objetivo de fornecer moradias adequadas para todos, promovendo o crescimento econômico e o desenvolvimento social através do apoio ao desenvolvimento e planejamento urbano, reduzindo a pobreza e a desigualdade.
Ao ser entrevistada recentemente pelo Grupo de Mídia da China, a diretora-executiva do ONU-Habitat, Anacláudia Rossbach, avaliou positivamente os esforços e conquistas da China na melhoria das moradias, classificando como “sólida” e “inovadora” a cooperação chinesa com o ONU-Habitat. A economista brasileira ficou impressionada com sua viagem ao país asiático depois da posse no ano passado e espera que a experiência chinesa em urbanização e desenvolvimento de integração urbano-rural seja compartilhada por todos.

Rossbach lembrou que a China tirou 800 milhões de pessoas da pobreza e abriu um novo caminho de urbanização. Para ela, essa experiência é particularmente valiosa para os países africanos que estão passando pelo processo. Cerca de 800 milhões de pessoas fluirão para cidades na África e na América Latina nos próximos 25 anos, e muitos países asiáticos ainda enfrentam a pobreza.

Na entrevista, a economista brasileira destacou a importância da cidade para o alívio da pobreza que está se tornando cada vez mais proeminente, já que não é apenas permitir que o povo tenha onde morar na cidade, mas também tenha acesso a várias oportunidades, como educação e emprego, além de desfrutar de serviços médicos e de saúde. A urbanização não é apenas sobre o alívio da pobreza, mas também sobre a construção de espaços urbanos nos quais as pessoas podem conviver harmoniosamente, com serviços ao seu alcance e facilidades para aproveitar instalações culturais, esportivas e de lazer. As pessoas podem não apenas obter oportunidades de desenvolvimento econômico, mas também fazer pleno uso do espaço público e dos espaços verdes para alcançar o que chamamos de coexistência harmoniosa entre o homem e a natureza, apontou.

“A China está buscando como atender às necessidades familiares em pequenos espaços nas cidades. Além disso, a aplicação científica e tecnológica na construção urbana também chama a atenção”. Rossbach fica admirada com o conceito de “cidade esponja”. No seu entendimento, a ideia refere-se tanto ao nível micro quanto à gestão integrada para aumentar a resiliência das cidades a desastres. O ONU-Habitat tem um projeto de introduzir esta tecnologia no Brasil. “No ano passado, Porto Alegre sofreu com graves inundações. Várias cidades brasileiras também estão ameaçadas por enchentes. Enquanto promovemos sua aplicação no Brasil, buscamos a mesma prática em Nairóbi, que também enfrenta o mesmo problema. [...] Testemunhei os resultados da aplicação dessa tecnologia no distrito de Binjiang em Shanghai e fiquei muito impressionada”, afirmou.
Aos olhos da diretora, o desenvolvimento tecnológico da China alcançou progressos significativos. E essa experiência e tecnologia podem ser compartilhadas por mais cidades. A sessão da retomada da Segunda Assembleia das Nações Unidas para o Habitat que teve lugar em Nairóbi entre os dias 29 e 30 de maio concentrou-se em tópicos como “cidades inteligentes”. Formulamos um guia de construção de cidades inteligentes que se chama, Colocar em primeiro lugar o povo. Essa visão está muito alinhada com o conceito chinês.
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