Suspeito preso por ameaçar Felca também vendia material infantil online, revela Derrite
Homem detido em Pernambuco é acusado de ameaçar o youtuber Felca e de comercializar conteúdos ilegais na internet, segundo a Polícia Civil
247 - A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta segunda-feira (25) em Pernambuco um homem acusado de ameaçar o youtuber Felipe Bressanim, conhecido como Felca. De acordo com a investigação, além das ameaças, o suspeito também armazenava e vendia material infantil ilegal em redes online. “Um belo trabalho de investigação que levou até esse criminoso que, além de ameaças, vendia material infantil nas redes”, afirmou Derrite, de acordo com o Metrópoles.
A prisão ocorreu após decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), de 17 de agosto, que obrigou o Google a fornecer os dados do e-mail utilizado para enviar as ameaças. Segundo a Justiça, havia “risco concreto à integridade física” do influenciador, que vinha recebendo mensagens de morte desde que divulgou um vídeo denunciando práticas de pedofilia e a chamada “adultização” de crianças nas redes sociais.
A defesa de Felca também ressaltou que o youtuber vinha sendo alvo de ameaças frequentes desde a publicação de seu vídeo de denúncia. Apesar disso, o influenciador declarou publicamente que não pretende recuar diante das intimidações.
O caso ganhou repercussão após Felca publicar, em 6 de agosto, o vídeo intitulado “adultização”, no qual expôs a atuação de pedófilos em plataformas digitais e criticou a exposição precoce de crianças e adolescentes na internet. No conteúdo, o influenciador também mencionou outros nomes, como Hytalo Santos, preso em 15 de agosto em investigação do Ministério Público da Paraíba por tráfico humano e exploração sexual infantil.
Especialistas apontam que o termo “adultização” descreve situações em que crianças são induzidas a assumir comportamentos, papéis ou responsabilidades típicas de adultos, sem maturidade para isso. O psiquiatra Fábio Aurélio Leite, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria, explica que o fenômeno frequentemente se soma à sexualização precoce: “É quando a criança é levada a se engajar em tarefas ou comportamentos para os quais não tem preparo ou consciência do que representam”, afirmou.
Leite também observa que a adultização não se limita ao ambiente virtual. O processo pode incluir desde o trabalho infantil até a exposição midiática, passando por situações domésticas em que menores assumem papéis que ultrapassam sua capacidade emocional e cognitiva.