Saiba quais endereços dos postos supostamente ligados ao PCC
Investigação revelou que cerca de mil postos de combustíveis movimentaram aproximadamente R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024
247 - Um levantamento da Receita Federal apontou que o crime organizado movimentou cerca de R$ 70 bilhões nos últimos anos por meio de fraudes envolvendo o setor de combustíveis. Segundo informações divulgadas pela CNN Brasil, aproximadamente mil postos de gasolina participaram do esquema, que teria resultado em R$ 7,6 bilhões em sonegação de tributos entre 2020 e 2024.
As investigações revelam que a rede criminosa atuava em toda a cadeia, da importação ao consumidor final. Parte das operações passava pela entrada irregular de metanol pelo Porto de Paranaguá (PR). O produto, altamente tóxico e inflamável, deveria ser destinado a empresas químicas, mas era desviado para distribuidoras e postos, sendo misturado à gasolina e ampliando os lucros ilícitos.
Além da adulteração, o esquema incluía simulação de transações em postos e uso de lojas de conveniência como fachada para lavagem de dinheiro, recebendo valores em espécie ou por maquininhas de cartão. Em alguns casos, estabelecimentos sem atividade chegaram a movimentar mais de R$ 2 bilhões em notas fiscais frias.
“Estamos diante de um dos maiores esquemas de fraude já identificados no setor de combustíveis no Brasil”, declarou à CNN o secretário da Receita. Ele explicou que as operações foram disfarçadas com a utilização de fintechs que funcionavam como “bancos paralelos”, dificultando o rastreamento dos recursos ilícitos. Empresas de fachada e fundos de investimento também eram usados para ocultar a origem do dinheiro e blindar o patrimônio dos envolvidos.
Entre os endereços identificados nas investigações estão postos em São Paulo, Campinas, Guarulhos, Praia Grande, Piracicaba, Goiânia, Jataí, Niquelândia, Catalão e Senador Canedo, evidenciando a dimensão nacional do esquema.
A Receita e as forças de segurança estaduais acreditam que parte da estrutura financeira descoberta também tinha vínculos com facções criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), que já vinha sendo monitorado por operações conjuntas desde 2023.
As apurações continuam para rastrear os responsáveis diretos pela fraude, identificar beneficiários finais e bloquear ativos que ainda estejam em circulação.