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      Petrobras prevê aumento de investimento em energias renováveis a partir de 2035, afirma Magda Chambriard

      A empresa brasileira planeja focar em solar, eólica e hidrogênio nas próximas décadas

      Magda Chambriard (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - Magda Chambriard, presidente da Petrobras, detalhou em entrevista à Bloomberg, na última terça-feira (2), os planos da companhia para sua transição energética. Segundo a executiva, a empresa dividirá suas estratégias para o futuro em duas fases: a primeira até 2035 e a segunda a partir de então. 

      Durante o período que antecede 2035, a prioridade será a produção de biocombustíveis, incluindo etanol, diesel coprocessado, biogás e biodiesel. “Até 2035, moléculas [biocombustíveis], com certeza, serão nossa prioridade. A partir de 2035, aí tem um conjunto de energias”, afirmou Magda.

      Após 2035, a Petrobras mudará o foco para fontes de energia renováveis, com ênfase em solar, eólica e hidrogênio. A presidente explicou que a meta da companhia é investir cerca de US$ 16,5 bilhões para viabilizar essa transição energética, que ocorrerá paralelamente à produção de combustíveis fósseis. “Vamos ter uma refinaria no Rio Grande do Sul, com cerca de 15.000 barris por dia de capacidade, e lá nós vamos trabalhar com produto 100% renovável. Todos os produtos dessa refinaria não terão uma molécula fóssil”, destacou. Magda também revelou que o Brasil já conta com 52% de sua matriz energética proveniente de fontes renováveis, com a meta de alcançar 64% nos próximos anos.

      A presidente da Petrobras também abordou o futuro do diesel coprocessado, que contém de 5% a 10% de óleo vegetal. De acordo com Magda, o aumento da produção de biocombustíveis pode ser uma resposta ao excesso de grãos no país, caso o Brasil enfrente dificuldades para exportá-los devido a restrições comerciais. “A impossibilidade de exportar alguns grãos pode ser que isso venha a acelerar nossa transição energética”, afirmou. Ela mencionou ainda que a Petrobras pode aumentar a porcentagem de óleo vegetal no diesel coprocessado para até 20%, dependendo dos investimentos feitos no Brasil.

      Sobre a eletrificação do setor automotivo, Magda acredita que o mercado brasileiro tem maior espaço para modelos híbridos do que para veículos totalmente elétricos. “Apesar de eu adorar combustíveis fósseis, nós não somos negacionistas. Eu acredito que vamos ter uma demanda por híbridos no Brasil e eu acho que isso vai postergar essa eletrificação 100%”, explicou. A presidente também observou que a demanda por combustíveis fósseis deve persistir por várias décadas, à medida que a transição para veículos elétricos acontece de forma gradual.

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