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      'O vírus da mentira e o algoritmo do ódio constituem o ambiente propício para o descrédito na democracia', diz Pochmann

      "A vacina a este estado antidemocrático é o fortalecimento das instituições produtoras de dados oficiais", defende o presidente do IBGE

      Marcio Pochmann (Foto: Pedro França/Agência Senado)

      Por Marcio Pochmann, no X - Alerta aos democratas: o vírus da mentira, o algoritmo do ódio e a inteligência artificial da disseminação de notícias falsas constituem o ambiente propício pelo qual avança o descrédito na democracia, berço do autoritarismo ancorado nas vertentes ideológicas do fascismo e nazismo.

      A vacina e remédio a todo este estado antidemocrático é a liberdade da informação e o fortalecimento das instituições produtoras de dados oficiais.

      O alerta veio recentemente da Associação Americana de Estatística, que em parceria com a Universidade George Mason produziu o relatório: "Os dados do país em risco".

      Após análise da situação das 13 principais agências estatísticas estadunidenses, o referido relatório emitiu a grande preocupação com a queda na taxa de não respostas nas pesquisas e, sobretudo, a redução orçamentária imposta às agências públicas federais de estatísticas dos Estados Unidos.

      A ameaça à confiança dos dados oficiais daquele país decorre do subfinanciamento à modernização da infraestrutura das operações estatísticas. A proliferação de mentiras e o ataque aos dados oficiais produzidos por instituições estatísticas, principalmente pela extrema direita, fortalecem as bases antidemocráticas.

      As estatísticas oficiais são um bem público, produzidas por instituições centrais à democracia, cuja qualidade das informações tem sido essencial para o conhecimento da realidade da população e das estruturas econômica, social, política, geográfica e ambiental da nação.

      Desde o iluminismo que a fundamentação das políticas públicas se orientam pelas evidências estatísticas oficiais. Neste sentido, o Congresso dos Estados Unidos aprovou duas novas legislações, a primeira em 2018 que tratou da elaboração de políticas baseadas em evidências, e a segunda, em 2022, que respondeu à necessidade de modernizar a forma de coleta, disseminação e uso dos dados oficiais. 

      Para o Brasil, a situação não parece ser diferente, talvez mais grave, após vários anos do descaso orçamentário, descompromisso com a realização de concursos públicos e o rebaixamento real das remunerações dos servidores públicos. Somente desde o ano de 2023 que o orçamento, concursos e remuneração começaram a ser reconstituídos.

      Mas a disseminação de notícias falsas, os ataques às instituições de pesquisa e as mentiras sobre os dados oficiais pelos amantes do autoritarismo e contrários à democracia seguem intocáveis

      A construção democrática do Sistema Nacional de Geociências, Estatísticas e Dados (SINGED) reforça a soberania do conjunto das informações brasileiras. Ao mesmo tempo compreende um passo estratégico no atendimento das necessidades de uma sociedade moderna cada vez mais digital como a brasileira.

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