Lula celebra desemprego a 5,8% e diz que 'nação só é soberana de verdade quando o povo é soberano'
Em cerimônia do Minha Casa, Minha Vida, presidente destaca impacto do emprego na dignidade e cobra maior celeridade para lançar novo programa habitacional
247 - Durante evento de entrega de unidades do Minha Casa, Minha Vida, nesta sexta-feira (1º), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou a marca de 5,8% no índice de desemprego no Brasil, a menor taxa desde 2012, segundo dados recentes do IBGE. Para o presidente, o avanço é motivo de celebração e, sobretudo, sinal de que a soberania de um país se mede também pela qualidade de vida do seu povo.
“A gente só vai ser uma nação forte e soberana de verdade quando nosso povo for soberano, quando tiver estabilidade, emprego, salário, uma casa, a família constituída de forma muito digna e respeitada pelo poder público”, afirmou Lula diante de beneficiários e autoridades presentes no evento.
Emprego como base da dignidade - Lula rememorou sua experiência pessoal com o desemprego para reforçar o papel do trabalho como fator de estabilidade emocional e dignidade. “Eu, que já fiquei desempregado uma vez, um ano e meio, e saía todo dia de manhã para procurar emprego, sei o que isso representa. A gente voltava para casa todo dia com o pé tão inchado que não cabia mais dentro do sapato”, recordou. Em seguida, destacou: “quando a pessoa trabalha, recebe seu salário e pode cumprir com seus deveres, com o bar, com a padaria, com seu filho, não tem nada que dê mais dignidade ao ser humano”.
Segundo o presidente, alcançar esse patamar de emprego é uma das principais metas de sua gestão, junto com o acesso à moradia e à educação. “O cidadão ter uma casa, um emprego, tendo condições de estudar, a vida está realizada; o resto Deus ajuda a gente a fazer”, completou.
Minha Casa, Minha Vida como missão pessoal - Lula afirmou que sua relação com o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida vai além da função administrativa. “Não é nem um programa de governo. É quase que uma profissão de fé. Todo mundo tem o direito de ter uma casa. Isso está na Constituição. Não é invenção do Lula”, declarou.
Ele criticou a omissão de autoridades públicas em garantir esse direito constitucional: “O povo não lê a Constituição, os políticos não falam que o povo tem direito a casa e aí ninguém faz. O prefeito não faz, o governador não faz, o presidente não faz. O povo vai ficando abandonado”.
Ao comentar a precariedade das moradias em regiões periféricas, Lula relatou visita recente a uma comunidade em Osasco (SP). “Fiquei me perguntando: ‘por que acontece isso? A cidade não tem prefeito? O estado não tem governador? Não tem um monte de deputado? Por que ninguém vai lá dar uma olhada?’. Não é possível, não é humano uma criança nascer ali”.
Nova etapa do programa habitacional - No encerramento de seu discurso, Lula cobrou de forma incisiva seus auxiliares por atrasos na apresentação de um novo plano de habitação, prometido em reunião realizada em junho. “Temos um programa para anunciar. O Carlos [Viana], da Caixa, me deve uma explicação. O ministro das Cidades me deve uma explicação”, disse.
Segundo o presidente, a proposta deveria incluir não apenas moradias populares, mas também soluções para a classe média. “Fizemos uma reunião dia 24 de junho. Me pediram 30 dias para apresentar a proposta definitiva. Já estamos no mês de agosto. Tanto você, Carlos, quanto você, Jader, o Rui Costa [ministro da Casa Civil], me devem uma resposta”, afirmou. “O povo brasileiro não quer muita coisa, não. Só quer ser tratado com respeito, com dignidade”.
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